TEATR'UBI encenado por Grossmann e Mandel
Teatro em movimento

Dois encenadores estrangeiros e uma visão muito peculiar do teatro. Eis as novidades do Teatr'UBI, que estreia em breve duas novas peças: "Hamlet" e "E a viagem começou"

O Teatr'UBI - Grupo de Teatro da Universidade da Beira Interior vai estrear em Fevereiro duas peças com características muito especiais. "Hamlet" e "E a viagem começou" estão ambas a ser preparadas, em simultâneo, por dois encenadores muito especiais: Harvey Grossmann e Ruth Mandel, cuja visão do teatro assenta em princípios que pouco têm em comum com as fórmulas tradicionais.
Esta dupla apaixonou-se pela Covilhã quando, no ano passado, Harvey foi convidado pelo Teatr'UBI para dar uma conferência sobre Gordon Craig no III Ciclo de Teatro da Beira Interior. Foi, portanto, sem dificuldade que aceitaram o convite deste jovem grupo para o virem encenar. A disponibilidade demonstrada pelos actores levou-os a resolver trazer, além de "Hamlet, de William Shakespeare, a peça "E a viagem começou", de Ruth Mandel. Escrita e encenada pela primeira vez em Loulé, onde trabalharam há dois anos, fala das figuras simbólicas das profundezas do mar, representativas do início dos tempos, e conjuga poesia, música e movimento. Uma peça encenada dentro do estilo do revolucionário encenador Gordon Craig, figura que marcou definitivamente as vidas de Harvey e Ruth.

Uma escola em Portugal

Conheceram-se nos Estados Unidos, para onde a belga Ruth Mandel emigrou devido à guerra, e trabalham juntos desde então. Um percurso que os trouxe, mais tarde, à Bélgica, onde fundaram o Institut Voor Scheppende Ontwikkeling em Antuérpia, uma escola de teatro devotada aos ensinamentos e ideais de Gordon Craig. Estudam agora a hipótese de criar uma escola do género em Portugal.
O teatro é visto não como estática e repetição mas como arte do movimento. O cenário adquire vida, mobilidade, interagindo com os actores, que devem alienar-se do seu eu para criarem além de si. O resultado desta concepção é o Teatro Cruciforme, baseado num palco em forma de cruz. Os espectadores, colocados nas extremidades da cruz, têm visões diferentes do que sucede no palco, como se a cada ala fosse dado um espectáculo único. Um ideal que promete conquistar o público do próximo milénio. E que certamente não irá desapontar os espectadores covilhanenses.

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