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O tradicional Cortejo Académico introduziu a cerimónia 




Ao discursar, Santos Silva reafirmou os muitos projectos que tem em mente


 

 

 

 

 

"Subsídio de Desemprego Já"

Entre a assistência que aguardava a chegada do Cortejo Académico à entrada principal da UBI, estava um grupo de manifestantes do Sindicato dos Professores da Região Centro. Esta delegação seguiu o secretário de Estado do Ensino Superior, José Reis, à Covilhã, como tem seguido todos os enviados do Ministério da Educação aos mais diversos pontos do País, para mais uma vez tentar alertar os responsáveis, a população e a comunicação social para a situação que os docentes vivem actualmente. As reclamações estão assentes em dois pontos fundamentais: a não atribuição de subsídio de desemprego aos docentes desempregados, e a manutenção da situação de contratado, por tempo indeterminado, sem que haja qualquer obrigação legal de integração dos professores no quadro.
"Queremos estabilidade", afirma uma das manifestantes, "reivindicamos o direito básico de todos os cidadãos à protecção social". Erguendo cartazes e faixas com palavras de ordem como "Exigimos respeito", "Pelo emprego com direitos" e "Professores sem emprego = portugueses discriminados", os professores tentaram assim, mais uma vez, fazer chegar ao ministro as suas preocupações, aproveitando para esclarecer os presentes e para os convidar a assinar um Postal de Apoio, destinado ao Ministério da Educação.


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Santos Silva toma posse  como Reitor da UBI

O mandato da continuidade

Lutar pelo crescimento da universidade e dar continuidade ao trabalho
 que vem desenvolvendo há quatro anos - eis os objectivos de Santos Silva para um mandato que começou oficialmente na última sexta-feira.  Novas instalações, novos cursos, a velha teima na qualidade - um 
projecto grandioso, ensombrado apenas pelas limitações impostas 
pelo Orçamento 2000.

A cerimónia teve início com o habitual Cortejo Académico, que partiu da capela de S.Martinho e terminou no Anfiteatro das Sessões Solenes da UBI, situado no Pólo I. Aí, algumas dezenas de professores, trajados a rigor como manda a Academia, eram aguardados por uma audiência composta pelas mais diversas entidades civis, militares, judiciais, religiosas e académicas. Em representação do ministro da Educação, encontrava-se o secretário de Estado do Ensino Superior, José Reis.
O coro da UBI deu o mote, ritmando todo o evento, que teve início com o discurso do Professor Vice-Decano Marques Reigado, que depois de falar, deu posse a Santos Silva. De seguida, mais três discursos, sempre intercalados pela actuação do coro:o do presidente da Associação Académica (AAUBI), Vasco Cardoso, o do Reitor e o do secretário de Estado.  
No final, Santos Silva indigitou os dois vice-reitores do primeiro mandato: Luís Carlos Carrilho e Mário Raposo. Um acto que comprova a sua intenção de dar continuidade ao trabalho começado em 1996, ano em que foi eleito pela primeira vez para as funções que agora retoma.

Meios humanos qualificados

Manuel José dos Santos Silva, de 48 anos, é natural de Valhelhas, e  foi o primeiro Reitor eleito da UBI, sucedendo a Passos Morgado, nomeado pelo Ministério da Educação. 
A 19 de Novembro do ano passado, foi reeleito por maioria pela Assembleia da Universidade, órgão máximo da instituição, constituído por docentes, funcionários e alunos.
Durante o seu primeiro mandato, Santos Silva introduziu alterações profundas na UBI. O novo Reitor apostou forte na qualificação dos meios humanos disponíveis, objectivo ao qual pretende dar continuidade, no sentido de obter, cada vez mais, um ensino pautado pela qualidade, "única mais-valia de uma universidade situada numa região desfavorecida".
Continuidade é, aliás, a palavra chave na estratégia do próximo mandato, como o Reitor deixou transparecer no seu discurso: optimista e voltado para o crescimento da instituição. Este crescimento dá-se ao nível das infra-estruturas, dos conhecimentos e dos cursos leccionados.
Quanto às infra-estruturas, ou seja, ao crescimento físico da Universidade, "sem considerar as obras em projecto, estamos prestes a duplicar a área construída existente em 1995", declara Santos Silva. A conhecida prioridade é a Faculdade de Ciências da Saúde, que considera "um acontecimento histórico na vida da instituição". Esta Faculdade, que arranca com um orçamento inicial, ainda insuficiente,  de 150 mil contos, será instalada no Pólo III, junto ao Hospital Cova da Beira, e incluirá também centros e institutos de investigação, uma residência universitária e unidades alimentares de apoio, "de forma a construir-se um verdadeiro campus da Saúde".

"Evitar o excesso de licenciados em áreas críticas"

As outras infra-estruturas planeadas são a Biblioteca Central, a concluír durante o corrente ano, a recuperação do Edifício II da Antiga Fábrica Ernesto Cruz para a Unidade de Artes e Letras, no qual uma parte será ocupada por um Cibercentro, a expansão dos serviços Centrais, na Reitoria, a recuperação de uma outra fábrica para instalar o segundo núcleo do museu de Lanifícios, e a ampliação dos Laboratórios de Biologia e Bioquímica.
Quanto à formação, Santos Silva quer prosseguir com a aposta que a UBI tem vindo a fazer na qualificação do seu corpo docente, e que se tem traduzido no aumento significativo das inscrições em Mestrado e Doutoramento. Sendo a UBI uma "instituição extremamente penalizada pela sua localização numa zona que tem sofrido uma forte desertificação", a preocupação com a qualidade do ensino é redobrada, manifestando-se na adopção de uma política de exigência que pretende transformar a Universidade da Beira Interior numa referência nacional.
A criação de novas licenciaturas faz parte da evolução pretendida para a instituição. "Procurando evitar o excesso de licenciados em áreas críticas" e, ao mesmo tempo, tentando responder às exigências e necessidades da sociedade, vão ser criados dois novos cursos na área das línguas - Português-Espanhol e Português-Inglês, uma licenciatura em Design Multimédia, uma outra em Design Têxtil e do Vestuário, e os cursos da área da Saúde - Análises Clínicas, Radiologia, Radioterapia e Anatomia Patológica. Em 2001 iniciar-se-á então o curso de licenciatura em Medicina.

Orçamento 2000 é insuficiente

Os projectos de Santos Silva deparam-se, no entanto, com um entrave difícil de contornar: a falta de dinheiro. O orçamento previsto para o ano 2000 é nitidamente insuficiente e, segundo o Reitor, "não nos permite assegurar o normal funcionamento da instituição - mesmo recorrendo às propinas para pagar os salários - e muito menos fazer os investimentos mínimos necessários à melhoria da qualidade do ensino e à promoção do sucesso escolar". O recurso a programas de apoio ajuda, mas não resolve.
Apesar do parêntesis aberto por Santos Silva na tentativa de sensibilizar o secretário de Estado para a insuficiência do orçamento, José Reis considera que a relevância do ensino superior em Portugal já está traduzida orçamentalmente.
José Reis falou ainda da Lei de Organização e Ordenamento do Ensino Superior, que estará disponível para apreciação durante esta semana, na página da Internet do Ministério da Educação. O objectivo desta lei, de acordo com o estadista, é "arrumar a casa do ponto de vista do conjunto do sistema de ensino superior público ou privado", ou seja, "consolidar o sistema e cada um dos seus subsectores".
Interrogado mais tarde sobre a polémica causada pelas Tecnologias da Saúde, entre a UBI e os Institutos Politécnicos da Guarda e de Castelo Branco, José Reis contornou a questão, preferindo não se manifestar publicamente sobre o assunto. No entanto, apesar de afirmar que a Universidade da Beira Interior está agir legalmente e de elogiar os seus objectivos nesta área, admitiu que as Tecnologias da Saúde são, na verdade, da alçada dos politécnicos.
Santos Silva não esqueceu esta questão no seu discurso, dizendo que "num País em que existem dois sistemas de Ensino Superior, o universitário e o politécnico, urge uma clarificação dos respectivos campos de actuação, de forma a evitar sobreposições de competências".

Catarina Moura

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