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Ao Souto Alto chegam cerca de três toneladas de lixo por mês, provenientes da Covilhã, Fundão, Belmonte, Guarda, Manteigas e Sabugal


Lixeira do Souto Alto
Águas contaminadas
matam Zêzere

Campos de cultivo contaminados, e poços e nascentes inutilizados. No Souto Alto, Alcaria, concelho do Fundão, os moradores vivem na pele as consequências da falta de tratamento das águas residuais que escorrem da lixeira. Sem água para beber, ou até regar, esperam há quatro anos por uma solução que os livre do martírio em que dizem viver.

"HÁ 20 anos construí aqui a minha quinta e nunca tive problemas, agora esta terra não vale 25 tostões. A água que vem ter aos meus campos, onde tenho entre outras coisas, cerejeiras, pessegueiros, oliveiras e uma horta, já não presta para nada. Nem para beber, nem quase para regar. Fui eu que a estraguei, ou foi esta lixeira?". A indignação mistura-se com uma tristeza profunda quando as palavras se atropelam para saírem da boca de João Teodósio da Ascenção.
Aos 60 e poucos anos, o agricultor vê o trabalho de uma vida a fugir-lhe por entre os dedos. Mesmo à sua frente, do lado direito da Variante Covilhã-Fundão (EN 18), quando se começa a subir para o Souto Alto, no sentido Norte-Sul, estende-se a sua propriedade. À primeira vista a anormalidade não é detectável, mas João Ascensão garante: "Todos os furos e nascentes com que sempre reguei, estão agora contaminados". A causa, não tem dúvidas, é a lixeira. Mesmo do outro lado da estrada.


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Sérgio Felizardo
NC / Urbi et Orbi






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