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Nem a recente modernização tecnológica pode evitar a crise no sector


Provável diminuição das ajudas comunitárias
Cenário de crise alarma produtores de tabaco

O perigo de uma grave crise económica e social paira sobre o concelho. Os agricultores ameaçam abandonar a produção de tabaco. O presidente da autarquia fala em "plano de reestruturação" para o sector

Com 60 anos, 12 dos quais dedicados à produção do tabaco, José Luís Amaral é proprietário no concelho de Idanha-a-Nova de 25 hectares de terrenos que produzem, em média, 75 toneladas de tabaco por ano.
Antigo mecânico e actual membro da Associação dos Produtores de Tabaco (APT), sediada em Castelo Branco, confessa ao NC que está apreensivo. O que preocupa este agricultor é a possibilidade, a curto prazo, de serem diminuídas as ajudas de incentivo à produção de tabaco, concedidas pela União Europeia (UE). Neste momento, o apoio comunitário aos agricultores portugueses ascende aos 573 escudos por cada quilo produzido. Luís Amaral ouviu pela primeira vez rumores sobre esta intenção no principio do ano. Acredita que as perdas vão ser tão grandes que o podem obrigar a abandonar a sua actividade. Cenário, aliás, partilhado pelos seus colegas.
A medida de modelação das ajudas comunitárias, anunciada pelo Governo português em Janeiro último, desencadeou este processo. Uma resolução que pretende estabelecer um "tecto" a partir do qual o Governo retém uma percentagem das ajudas que cada agricultor recebe. Com estas verbas, os responsáveis governamentais constituem um fundo que vai permitir, no futuro, uma distribuição suplementar dessas ajudas aos agricultores que menos recebem.
Se tal ocorrer, apenas um plano de reestruturação agrícola, que fomente por exemplo, o cultivo de espécies alternativas, pode salvar o sector agrícola no concelho de Idanha-a-Nova. O milho é a cultura que alguns produtores apontam como a melhor solução para canalizar o seu investimento. O seu cultivo é, no entanto, financeiramente pouco rentável em comparação com o tabaco. Factor que agrava ainda mais as dificuldades dos agricultores. "Não há produção que dê mais dinheiro do que o tabaco", garante Luís Amaral. Só em ordenados este produtor pagou em 1999, aos seus 12 trabalhadores, a tempo inteiro e sazonais, quase 12 mil contos. Mas também estes começam a aperceber-se dos obstáculos que o seu patrão pode enfrentar num futuro muito próximo.

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Ricardo Guedes Pereira
NC / Urbi et Orbi






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