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Opinião       



 

 
José Geraldes
 

Dia de glória para a Beira Interior

O 14.º aniversário da Universidade da Beira Interior, sediada na Covilhã, constitui uma data histórica para a região. A assinatura do Contrato de Desenvolvimento da Faculdade das Ciências da Saúde, com a presença do Primeiro-Ministro, António Guterres, é um acto que acelera de forma irreversível o processo da licenciatura em medicina. E que marca, em glória, a celebração do 14.º aniversário da instituição.
Sem as verbas necessárias, não se podia consolidar a nova Faculdade. Daí que o Contrato de Desenvolvimento se tornasse uma peça fundamental para o futuro do ensino das Ciências da Saúde. Depois da criação, em Conselho de Ministros, da Faculdade este protocolo é uma sequência lógica para que a Beira Interior tenha ensino médico superior. Ensino que possa rivalizar com as faculdades congéneres das universidades espanholas nas cidades fronteiriças. A afirmação não é descabida, pois todos conhecemos o número de jovens portugueses que se inscrevem em medicina, nessas Universidades. Claro que a principal razão invocada tem a ver com o "numerus clausus" das vagas e sobretudo a média das notas.
A Faculdade das Ciências da Saúde da UBI pode travar esta corrida para Espanha. Por duas razões: a média da nota de ingresso em Portugal vai baixar. A segunda razão prende-se com o facto de a nova Faculdade iniciar, em moldes novos, o ensino da medicina em Portugal. E isto por mais que custe a "interesses instalados" de certos barões universários ligados ao ensino da medicina no País. Barões que usaram todos os meios possíveis para impedir a criação da Faculdade das Ciências da Saúde na UBI. Por isso, é sempre justo assinalar a coragem política do Governo na decisão que tomou.
Deixemos os "velhos do Restelo" e programemos o futuro desta região para um progresso devidamente sustentado. Mesmo com todas as limitações que a interioridade lhe acarreta.
No seguimento da assinatura do Contrato de Desenvolvimento, há muitos caminhos ainda a percorrer. A articulação da Faculdade das Ciências da Saúde com o novo Hospital da Covilhã é elemento-chave. E o Hospital precisa de novos investimentos. Não se compreende que o orçamento actual do novo Hospital seja o mesmo do antigo. Impõe-se alterar a situação. As verbas de funcionamento têm de ser aumentadas para evitar rupturas a curto ou a médio prazo.
Há equipamentos já escolhidos por concurso público que tardam em chegar. Ora estes equipamentos são necessários para o desenvolvimento do ensino médico. Os recursos humanos são outra área sensível. O novo Hospital precisa de recrutar pessoas, em número suficiente, para execução de tarefas próprias. E é preciso dar formação aos novos agentes humanos. Mas a formação fica cara. E onde estão as dotações para obviar a estas novas despesas?
O facto de ser novo cria no público expectativas novas. E quem, do estrangeiro ou de Lisboa ou Porto, visita o novo edifício, como já aconteceu várias vezes, comenta espontaneamente: "É um Hospital de nível europeu". Mas, além dos equipamentos, os investigadores são imprescindíveis. E os utentes mais exigentes. Em todos os sectores, impõe-se manter o "nível europeu". Lembrar, pois, a necessidade de novos investimentos é tarefa prioritária.
O Contrato de Desenvolvimento assinala uma etapa decisiva não só para a nova Faculdade mas também para o novo Hospital. A UBI consolida-se e cresce. O novo edifício da Faculdade das Ciências da Saúde a construir ao lado do novo Hospital, com os seus laboratórios, vai naturalmente criar um ritmo de exigência maior.
Alegremo-nos com a assinatura do Contrato de Desenvolvimento. Agora é impossível parar. E os compromissos do Governo têm de ser cumpridos, nos prazos estipulados e sem falhas. A Beira Interior vive uma data de glória. E o começo de um novo ciclo para o seu futuro.

NC / Urbi et Orbi

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