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O final das obras está marcado para Setembro de 2001


Reunião no Salão Nobre
Autarquia esclarece comerciantes

A remodelação do Centro Cívico foi tema da reunião de comerciantes que se realizou no dia 3 de Outubro, no Salão Nobre da Câmara Municipal da Covilhã. Convocada pela Associação Comercial, reuniu no mesmo espaço o presidente da autarquia, Carlos Pinto, o arquitecto Nuno Teotónio Pereira, os comerciantes interessados e técnicos da Somague, empresa a que foi adjudicada a construção do silo auto. O objectivo da reunião dar aos comerciantes as informações necessárias sobre as obras do Pelourinho e a forma como estas os irão afectar até Setembro de 2001, data prevista para a conclusão dos trabalhos.
Durante o ano que se segue, as obras planeadas vão alterar significativamente o semblante da Praça do Município. Relativamente ao silo auto, com capacidade para 400 viaturas, a entrada e saída dos automóveis ficará localizada junto à Igreja da Misericórdia. O mesmo ficará acessível por três entradas para pedestres: uma, com elevador, junto ao edifício da Câmara, outra junto à Caixa Geral de Depósitos e a terceira perto da Pastelaria Montiel.
Quanto à zona dos prédios onde estão instaladas a agência de viagens Skineve e a confeitaria Lisbonense, Carlos Pinto adianta que, com o "avançar do muro existente", a área ficará "desafrontada". De acordo com Nuno Teotónio Pereira, a esquina que faz a ligação à Rua Ruy Faleiro, onde está situada a Associação dos Antigos Alunos da Escola Campos Melo, será bastante modificada. Como compensação, a Câmara promete uma casa em troca daquela.
Do lado oposto, entre a Caixa Geral de Depósitos e o edifício dos CTT, será construída uma passagem aérea, atravessando a Rua Capitão Roussadas.
Durante o tempo de duração dos trabalhos, a paragem dos autocarros que servem a cidade ficará localizada no largo 5 de Outubro, exceptuando os autocarros que fazem ligação à Vila do Carvalho, que pararão na zona do jardim público.
Como já é do domínio público, o trânsito não será cortado no Pelourinho, apenas condicionado, mantendo-se a ligação à Serra da Estrela.
Antes do fim da reunião, alguns comerciantes reclamaram o reforço do policiamento da zona, pedido a que Carlos Pinto anuiu prontamente.


Equipa de arqueólogos defende património histórico do Pelourinho
Vigilância não atrasa obras

POR MARIANA MORAIS

A 3 de Julho começaram os trabalhos para a construção do silo-auto na Praça do Município. A 29 de Agosto as obras foram embargadas pelo Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR). No dia 20 de Setembro, as máquinas voltaram para o terreno sob a vigilância de uma arqueóloga. Agora, uma equipa de quatro arqueólogos acompanha as escavações para prevenir e evitar danos no património histórico da Covilhã.

Montes de terra e recto-escavadoras por todo o lado contribuem para o sentimento de desconforto de todos os que passam no Pelourinho. As pessoas que necessitam de tratar de assuntos na zona do edifício dos correios, na Câmara Municipal ou dirigir-se para as ruas perto da Igreja de Santa Maria, têm dificuldade em o fazer.
Os arqueólogos vão pondo a descoberto alicerces de casas antigas. Transeuntes e os frequentadores habituais das esplanadas do já encerrado "Verdinho" e do Montiel aproximam-se, curiosos e interessados.
Junto de uma das valas, perto da Igreja da Misericórdia, o arqueólogo João Perpétuo declarou ao Urbi que, "segundo o Instituto Português de Arqueologia, todas as escavações e remoção de terras têm de ter, obrigatoriamente, acompanhamento arqueológico. Se aparecerem estruturas, como é o caso, tem de se proceder à abertura de sondagens arqueológicas para proteger o património que possa existir. Isto é feito para evitar erros cometidos no passado em que o património era pura e simplesmente destruído". Referindo-se às estruturas postas a nú, João Perpétuo acrescenta que "as ruínas descobertas são de edifícios construídos há cerca de 150 anos. Não são muito antigas mas, se não forem devidamente avaliadas e registadas, pode vir a correr-se o risco de destruir património com interesse futuro".

Arqueólogos sem reconhecimento público

As previsões apontam para a presença dos arqueólogos no terreno durante mais duas semanas. Já foram abertas duas valas de sondagem, uma de seis metros por seis metros , outra de oito por seis. Vai ser aberta mais uma vala junto da Igreja da Misericórdia, que irá entrar para dentro da via pública. Junto à Câmara Municipal será aberta mais uma de dois metros por seis. Numa segunda fase, depois do trânsito ser condicionado, vai ser aberta uma vala de doze metros por dez metros em frente à Pastelaria Montiel. Esta abarcará o máximo de área possível, permitindo fazer a avaliação de todo o património existente.
João Perpétuo garantiu ao Urbi que "o trabalho arqueológico em curso não vai atrasar as obras. Mas nós é que damos a cara e por vezes ouvimos comentários desagradáveis. Parece que somos culpados por as lojas estarem tapadas e o comércio estar a ser prejudicado. A verdade é que a equipa está a realizar um esforço que deveria ser reconhecido pelas pessoas".



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