Inauguração a 30 de Abril
Cybercentro da Covilhã é modelo para o País

Tudo indica que o Cybercentro da Covilhã será mesmo o primeiro a abrir as portas. A estrutura e a fase de arranque do espaço vão servir de modelo aos outros cinco Cybercentros. Também Castelo Branco e Guarda vão ser dotados desta infra-estrutura que vem no seguimento de uma política governamemtal de combate à info-exclusão

 Por Raquel Fragata

 

O edifício contíguo ao Pólo do Ernesto Cruz está a ser reconstruído para acolher o primeiro Cybercentro do País

A Covilhã foi uma das seis cidades escolhidas para acolher o projecto dos Cybercentros. São espaços de demonstração das novas tecnologias da informação e multimédia, que visam tornar mais acessível e fomentar o seu uso quotidiano, localizados preferencialmente em cidades de média dimensão com numerosa população estudantil no Ensino Superior. O projecto junta entidades públicas, como o Instituto das Comunicações de Portugual (ICP), o Instituto Português da Juventude (IPJ), a Fundação para a Divulgação das Tecnologias de Informação (FDTI) e entidades públicas ou privadas formando associações do tipo não lucrativo ou em sistema de régie cooperativa.
Na Covilhã, a UBI é a entidade que está a lançar o projecto. O edifício contíguo ao Pólo IV, na Carpinteira, onde estão instaladas as Ciências Sociais e Humanas, foi disponibilizado pela UBI para reconstrução e instalação do Cybercentro da Covilhã. Este será o primeiro a ficar concluído, em Fevereiro, prevendo-se por isso a sua inauguração no próximo aniversário da Universidade.
A abertura ao público covilhanense em inícios de Maio vai permitir o acesso a material informático ligado à internet e à rede de Bibliotecas Públicas Nacionais, ao espaço de consulta na biblioteca de CD ROM com várias obras de referência, a uma reprografia self-service, à sala estúdio do Instituto das Comunicações Audiovisuais e Multimédia (ICAM), assim como a um espaço de convívio com cybercafé e a uma área comercial a explorar por privados. Tudo a funcionar das 9 horas da manhã à meia noite, podendo numa segunda fase permanecer aberto 24 sobre 24 horas.

Investimento de 130 mil contos

A auto-suficiência e dinamização do espaço é um dos assuntos em que se debruçam agora os parceiros da iniciativa. Ricardo Serra, licenciado em Gestão pela UBI, assumiu recentemente a direcção-executiva do Cybercentro e é nas suas mãos que se coloca a responsabilidade de manter o funcionamento do espaço e zelar pela sua viabilidade económica. Tarefa esta difícil, visto estimar-se para já em 30 a 40 mil contos anuais o custo de manutenção da estrutura.
O valor total da obra ainda não é conhecido, mas as entidades apontam contratualmente para o valor máximo de 130 mil contos.
O ICP comparticipa em 70 por cento o custo das infra-estruturas, cabendo à UBI suportar o restante. Ao nível dos equipamentos é também este Instituto quem financia grande parte do material, enquanto que a Sala Estúdio Multimédia é suportada, na sua totalidade e até 15 mil contos, pelo ICAM.
Para a fase inicial o Cybercentro dispõe de uma outra verba, um fundo de maneio de nove mil contos comparticipada pela UBI, o ICP e o IPJ. "É óbvio que no futuro se espera que o Cybercentro consiga gerar receitas para se tornar auto-suficiente", refere Mário Raposo, vice-reitor da UBI. Para isso a gestão do Cybercentro privilegia a angariação de patrocínios de entidades vocacionadas para este tipo de tecnologias. Esse apoio poderá ser monetário ou de equipamento.

ICAM e UBI celebram protocolo

O cybercentro é também um espaço de excelência para obter formação na área. Com a abertura do Cybercentro, o IPJ vai transferir as suas instalações, até agora localizadas na Rua Comendador Mendes Veiga, para uma sala própria.
Também a FDTI pretende vir a dar formação de informática e talvez extensiva à área multimédia.
Além destas duas salas, irá ser criada a Sala Estúdio Multimédia. O protocolo que definirá a cooperação entre ICAM e a UBI ainda não está assinado. Mas nesse documento está prevista a transferência do Centro de Recursos e Aprendizagem da UBI (CREA) para a sala do ICAM.
De norte a sul do País, e para além da nossa cidade, também Castelo Branco, Guarda, Beja, Guimarães e Aveiro vão ter brevemente um Cybercentro.

  

Ricardo Serra pretende chegar às aldeias da região
Cybercentro itinerante para combater info-exclusão

Ricardo Serra, director-executivo do Cybercentro da Covilhã, tem vários projectos de dinamização e aprofundamento do grande objectivo governamental aquando do seu lançamento em 1999: o combate à info-exclusão.
Disponibilizar os meios que o Cybercentro possui em roteiro itinerante na região é um passo a dar brevemente. Esta ideia já recebeu grande receptividade das entidades envolvidas, mas nada está ainda definido.
Levar às aldeias as auto-estradas da informação e romper com as barreiras de natureza económica, geográfica e cultural que separam as populações das aldeias do concelho da Covilhã e Região é um assunto que está a merecer especial atenção de Ricardo Serra. Para isso é necessária a contratação de pessoal em grande número e com formação informática. Com formação na Gestão, licenciado na UBI, Ricardo Serra julga ser possível cativar os alunos da UBI das licenciaturas em informática, multimédia e comunicação a trabalhar no Cybercentro a tempo inteiro ou parcial.

 

Clique aqui para regressar à primeira página