Estudo sociológico da UBI
Mulheres e prisões na Cova da Beira

"Ciganas e não ciganas: reclusão no feminino" é o título do livro agora publicado pelo Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade da Beira Interior. Em resultado do trabalho de seminário de quatro alunos de Sociologia da UBI no Estabelecimento Prisional Regional de Castelo Branco, surge uma reflexão sociológica sobre o problema do aprisionamento e das minorias étnicas. Este trabalho está integrado no projecto INTERREG e é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

 Por Raquel Fragata

Comunidade de ciganas reclusas do Estabelecimento de Castelo Branco analisada por
alunos de sociologia da UBI
em final de curso

Ao abrigo do projecto INTERREG e com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), durante um ano Célia Vieira, Elisa Renata, Jorge Figueiredo e Marina Figueiredo, sob orientação de Donizete Rodrigues, docente da UBI, visitaram e analisaram os comportamentos da comunidade de reclusas naquele estabelecimento. Compreender os factores que condicionam a adaptação dos detidos ao meio prisional é o principal objectivo deste trabalho de investigação. A questão étnica surgiu depois de se depararem com a realidade da cadeia albicastrense que reflecte, como em muitas outras do País, um elevado índice de criminalidade entre a comunidade cigana. A equipa de sociólogos estudou as várias teorias que sustentam a privação da liberdade dos indivíduos e, consequentemente, a existência deste tipo de espaços e, por meio de questionários e entrevistas, analisou as diferentes formas de adaptação à realidade das prisões e a interferência das diferentes etnias.

Apresentação do livro e palestra
na prisão de Castelo Branco

Jorge Figueiredo, mestrando da UBI em Sociologia e também versando o tema das prisões na Cova da Beira, considera este ano de investigação "muito gratificante". E crê que este trabalho poderá ser um importante contributo para "libertar estigmas" em relação à realidade prisional em Portugal e também uma abertura a uma "nova visão" da cultura cigana.
Depois da apresentação interna à comunidade da UBI, a equipa vai procurar divulgar o livro junto das Câmaras Municipais das suas residências. Assim, Águeda, Carregal do Sal, Marinha Grande e Tomar serão as localidades a visitar proximamente.
Em preparação e para realizar entre os meses de Abril e Maio está a apresentação oficial de "Ciganas e não ciganas: reclusão no feminino" no Estabelecimento Prisional de Castelo Branco. A organização espera juntar por essa altura todos os técnicos de reinserção social de ex-reclusos do País numa palestra onde estarão presentes representantes do departamento de Sociologia e de outros órgãos da UBI.

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