Prejuízos avolumam-se
Pinto pede plano de emergência

Carlos Pinto defende "linha de emergência nacional" para fazer frente aos estragos causados pelo mau tempo e promete "inundar" os gabinetes do Governo com relatórios dos prejuízos.

 Por Raquel Fragata

Desabamento de terras na Rua da Saudade engrossa lista de estragos provocados pelo mau tempo

No concelho da Covilhã, e à medida que as freguesias apresentam os seus relatórios, os prejuízos provocados pelo mau tempo aumentam dia para dia. A Câmara está a preparar um balanço dos estragos registados nas últimas semanas. "Esse plano não está ainda concluído porque estamos a aguardar as informações das diversas freguesias", garante Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã.
Um problema que se coloca neste momento à autarquia é o dos danos causados aos particulares "mas aí pouco podemos fazer", afirma o edil.
Durante o mês de Março, a Câmara Municipal vai lançar um plano global de repavimentações, reconstruções e melhorias de caminhos afectados pelas chuvas no concelho. Carlos Pinto defende que, tendo em conta os avultados prejuízos registados em todo o País, o Governo "deveria ter criado uma linha de emergência nacional". O autarca afirmou, no final da reunião semanal do órgão, desconhecer o apoio de três milhões de contos disponibilizado pela Secretaria de Estado das Obras Públicas para intervenções em estradas de todo o País, divulgado na semana passada pela Agência Lusa. Segundo esta fonte noticiosa, Luís Parreirão, secretário de Estado, garantiu que o Instituto de Estradas já fez um levantamento da situação e que "tudo deverá estar recuperado até ao final de Março".
Carlos Pinto contra-ataca e diz que "esses três milhões de contos só devem dizer respeito a estradas nacionais" e não municipais e caminhos. E conclui: "Estamos seguros que em Lisboa estão pouco sensibilizados para estas coisas", caso contrário, afirma, "teriam sido disponibilizadas imediatamente linhas de crédito às Câmaras para intervenções imediatas".

Garagem mal construída
cai na Rua da Saudade

Entretanto, o terreno de sustentação de um prédio na Rua da Saudade cedeu na madrugada de domingo, de dia 6 para 7. Com as terras caiu também a estrutura da construção de duas garagens do prédio e um automóvel aí estacionado. Cerca de 20 viaturas estão bloqueadas pelos destroços numa zona sem alternativa de acesso.
Tudo indica que a situação actual não está livre de nova derrocada. João Esgalhado, vereador da Câmara da Covilhã com o pelouro da Habitação, visitou ontem, dia 8 de Janeiro, o local e a opinião dos técnicos é que a estrutura ainda suspensa vai cair. As garagens, deste prédio com apenas 10 anos, foram na opinião dos técnicos "mal construídas, não cumprindo as regras de segurança". O vereador vai estudar o projecto deste edifício, mas afirma à partida que a autarquia não vai intervir visto ser uma propriedade privada. No entanto, garante que não há necessidade de evacuar os moradores deste prédio pois apenas a estrutura das garagens não apresenta segurança. Os custos de reparação e limpeza da via vão ser suportados pelo proprietário e construtor da obra.

  

Mau tempo atrasa obras
Rua da Indústria só no sentido ascendente e para ligeiros

Os sinais de degradação da Rua da Indústria, na Covilhã, são mais visíveis dia para dia. O piso começou a ceder após as fortes chuvadas que se fizeram sentir na região, e em todo o País, tal como o Urbi et Orbi noticiou na edição de 12 de Dezembro. Na última semana mais uma parte do passeio e estrada cederam à força das águas. A saturação do subsolo provocou novo aluimento na madrugada de 28 para 29 de Dezembro, tendo por isso a autarquia procedido à interrupção desta via. O trânsito fica assim condicionado, até data imprevista, à circulação que procede no sentido ascendente e apenas a automóveis ligeiros.
Recorde-se que esta artéria tem servido de importante alternativa ao tráfego no centro da cidade após o início das obras do Silo-auto. Na Rua Conde da Covilhã, Junto ao Jardim da cidade, circula-se agora nos dois sentidos, devendo assim ser utilizada pelos restantes veículos.
Carlos Pinto garantiu que a autarquia está a fazer tudo quanto possível para iniciar, logo que as condições climatéricas o permitam, as obras de reparação deste troço. O edil espera avançar com a empreitada de construção do muro de suporte na próxima semana. A obra foi adjudicada no final da semana passada à Tecnosol, uma intervenção que ascende aos 35 mil contos e que irá estender-se não só à zona afectada mas também a outros muros que começam a dar sinais de cedência.

 

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