Oposição contra
Água será mais cara a partir de Março

As tarifas da água no concelho da Covilhã vão aumentar. A decisão foi tomada em Sessão de Câmara apesar dos votos contra do PS e CDU. Quanto a valores não se sabe ao certo qual será o aumento. Carlos Pinto fala em 3,5 por cento, a oposição aponta para 10 a 30 por cento. A subida dos preços entrará em vigor em Março.

 Por Raquel Fragata

As tarifas da água vão aumentar a partir de Março

O autarca defende que este aumento, a aplicar já no próximo mês de Março, é justificado por não terem ocorrido actualizações nos anos de 99 e 2000. "Vai haver um reajustamento, reportado ao facto de não ter havido aumentos nos dois anos anteriores, que significará uma média anual de 3 a 3,5 por cento", justifica Carlos Pinto, presidente da autarquia covilhanense.
João Martins, vereador do PS, não concorda com as taxas a aplicar, que considera "exageradamente altas" e contrapõe as afirmações de Carlos Pinto. "Primeiro porque entendemos que é bastante gravoso por se tratar de um aumento superior a 10 por cento. Efectivamente os dados da exploração da gerência dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento apontam para um lucro na ordem dos 60 mil contos." O socialista afirma ainda que esta posição vai agravar a situação económica dos habitantes do concelho da Covilhã. "Tendo em conta a inflação na ordem dos três por cento, ainda não confirmada, mas fazendo fé neste número, temos um aumento muito superior."
Os números facultados pela oposição indicam que no primeiro escalão o consumidor passará a pagar 47 escudos, em vez dos 42; no segundo escalão, pagará mais 10 escudos, passando de 90 para 100; no terceiro, de 135 para 150; no quarto, passa de 150 para 161; no quinto escalão sobe para 190 escudos quando até agora paga 175; no sexto escalão regista-se o menor aumento percentual, 6 por cento, de 290 para 310. A maior subida regista-se no primeiro escalão muito próxima dos 12 por cento.

Oposição votou contra aumentos

Para além dos consumos de água, os preços de aluguer de contador, tarifa de saneamento e o uso de serviço de saneamento também vão subir. Aqui os aumentos são mais significativos. O aluguer de contador pago ao SMAS passa de 420 para 450. A tarifa de saneamento, por metro cúbico, sobe 10 escudos para os 40. A taxa paga decorrente do uso do serviço de saneamento, que o consumidor vê incluida mensalmente na sua factura, vai passar de 50 para 60 escudos.
O vereador da CDU, Vítor Reis Silva, votou mais uma vez contra os aumentos da água e entende que esta medida é "escandalosa" tendo em conta os saldos positivos apresentados pela gerência do SMAS, nos anos anteriores, que, diz, "andam à volta dos 60 a 70 mil contos". Acusa o PSD de estar a tentar recolher verbas para investimentos eleitoralistas: "Só se entende que seja para se conseguir ter um plafon económico para continuar a campanha eleitoral". Reis Silva afirma ainda que durante o mandato de Carlos Pinto na Câmara Municipal a água sofreu um aumento de 60 por cento, dado que também em 98 os aumentos médios se situaram nos 30. O vereador da CDU considera esta medida penalizadora especialmente para o consumidor médio. "A factura de um casal de idosos que consome de dois em dois meses oito metros cúbicos recebe, mesmo já com a redução dos 50 por cento, terá um aumento de 18 por cento. O consumidor médio de 18 metros cúbicos, que pagava dois mil novecentos e setenta e três escudos, vai pagar quatro mil e vinte e um escudos o que significa um aumento de 35,2 por cento", considera.

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