Entrevista a Henriques Nunes, treinador do Covilhã
"Segunda volta pode ser melhor que a primeira"

Há onze meses ao serviço do Covilhã, Henrique Nunes, treinador do Sporting da Covilhã, faz o balanço. O técnico acredita no plantel e está confiante na promoção. Gosta das exibições dos leões e explica o actual segundo lugar: "A Oliveirense é que está a fazer um campeonato impecável".

 Por Alexandre S. Silva
NC/Urbi et Orbi

Henriques Nunes reconhece que o número de jogadores ainda não é o ideal mas acredita na promoção

Notícias da Covilhã - Há quase um ano à frente do plantel do Sporting da Covilhã qual é o balanço?
Henrique Nunes -
Não é excepcional, mas é positivo. É óbvio que gostaria de ter tido mais sucesso quando cá cheguei o ano passado e ter conseguido manter o Covilhã na II Liga. De qualquer modo, faltavam apenas nove jornadas para o fim do campeonato e a tarefa não era fácil.
Em termos pessoais também consegui a minha própria adaptação à cidade. O que, no princípio, foi um pouco difícil já que era a primeira vez que estava a treinar e ficava fora de casa.

NC - O Covilhã ocupa, neste momento, a segunda posição na tabela, três pontos atrás da Oliveirense. Esperava estar, ao fim da primeira volta, numa situação tão pouco segura?
H.N. -
Olhando ao campeonato e levando em consideração que, em 18 jogos, temos apenas duas derrotas, esperava estar, com algum descanso, no primeiro lugar. No entanto, e apesar de ter mais uma derrota do que nós, a Oliveirense tem estado a fazer um campeonato brilhante e está em vantagem.
Ao fazer uma retrospectiva à primeira volta reconheço que perdemos quatro ou cinco pontos em jogos capitais que nos podiam dar a liderança.

NC - Fora do Santos Pinto o Covilhã venceu quatro jogos em nove possíveis. Perdeu dois e empatou três. Não é pouco para uma equipa que luta pela subida?
H.N. -
De modo algum. A Oliveirense é que está a fazer uma época muito boa. O que, em parte se justifica com a maior disponibilidade financeira do clube que, tal como o Feirense, gastou bastante mais dinheiro do que o Covilhã em contratações.

NC - De qualquer modo o Covilhã perdeu nesses dois terrenos.
H.N. -
Foram as nossas únicas derrotas. Aliás injustas. O golo da vitória do Feirense é precedido de falta e, em Oliveira de Azeméis, o resultado final (3-2) não reflecte o que realmente se passou em campo.

NC - No início do campeonato afirmou que o plantel era muito curto. Entretanto foram chegando mais jogadores. O número actual de atletas é suficiente?
H.N. -
Durante as primeiras jornadas convocámos dois juniores para o banco porque havia sempre um jogador lesionado e não tínhamos plantel suficiente. Entretanto chegaram o Piteira e o Túbia que são jogadores polivalentes que conseguem colmatar algumas lacunas. Obviamente gostava de ter mais jogadores à disposição, até porque só tenho 20, mas o actual plantel consegue suprimir as carências.

NC - A Oliveirense vai na frente e já se reforçou para o assalto à segunda volta. O Covilhã também o vai fazer?
H.N. -
Era importante ir buscar mais um ou dois jogadores, mas o orçamento não comporta essa possibilidade e nós temos que saber gerir e lutar com os elementos que temos.
Estou convicto que se conseguirmos recuperar todos os atletas para a segunda volta e se as condições climatéricas melhorarem, poderemos lutar até ao fim pela promoção.

Jogadores com elevado índice de confiança

NC - O que espera da segunda volta que se inicia no próximo domingo?
H.N. -
Espero recuperar os meus jogadores. Se isso acontecer estou convencido de que podemos fazer uma segunda volta tão boa, ou melhor que a primeira.

NC - Este grupo de trabalho dá garantias para aspirar à promoção?
H.N. -
Sem dúvida. Os jogadores estão com um nível de confiança elevado e isso notou-se no último jogo frente ao Caldas. Uma partida em que, apesar do nevoeiro e das constantes interrupções, conseguimos fazer uma exibição agradável. Poderíamos ter goleado, mesmo sem o Piteira, o Adilson, o João Carlos e o Rui Morais, quatro jogadores que costumam ser titulares.
O Covilhã tem um dos melhores grupos de trabalho dos últimos clubes por onde passei. Há uma união muito forte e a prova é a grande vontade de ganhar que a equipa vem demonstrando de jogo para jogo.

NC - Durante grande parte do campeonato a equipa debateu-se com a falta de um ponta-de-lança. O João Carlos foi, durante algum tempo, o melhor marcador e é um central. Neste momento surge o Hermes com sete golos. Seis deles em cinco jogos consecutivos. Está encontrado o "matador" que faltava?
H.N. -
O Hermes também teve a sua fase de adaptação. Trabalha muito mas, por algum azar, não estava a fazer golos. Agora está a ganhar confiança e a sua veia goleadora está a manifestar-se sem, contudo, deixar de trabalhar para a equipa.
Também é o único jogador, depois da saída do Zazi, com as características de ponta-de-lança. Seria bom termos outro homem com estas qualidades, até em caso de lesão ou castigo. Mas não é possível e, caso isso aconteça temos que encontrar soluções dentro do plantel.

NC - A aventura na Covilhã Há vai continuar para lá do fim da temporada?
H.N. -
Ainda é muito cedo para dizer. A permanência de um técnico num clube depende de muitos factores: dos objectivos alcançados, do que se pretende fazer e, sobretudo, da disponibilidade quer da direcção quer do treinador. Tem que haver uma reciprocidade no desejo de continuação. Para já estou a gostar de trabalhar na Covilhã e estou mais preocupado em preparar os 18 jogos que faltam do que com esse assunto.

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