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Estudantes reunidos na Covilhã exigem segurança

As diversas Associações de Estudantes do País e Federações estiveram reunidas à porta fechada no último sábado, 10, na Covilhã, para concertar posições para a luta do movimento estudantil a desenvolver nos próximos meses. Na mesa esteve em discussão a questão da insegurança lembrando a manifestação da semana passada dos alunos do Instituto Superior Técnico de Lisboa.

 Por Raquel Fragata

Decorreu este sábado, na Covilhã, mais uma reunião nacional dos estudantes do Ensino Superior

As Associações Académicas de todo o País estiveram juntas no sábado, 10, na sede da Associação Académica da UBI, para debater e definir estratégias para a luta dos estudantes. Desta reunião, à porta fechada, resultaram algumas medidas que o movimento estudantil vai levar a cabo nos próximos meses. Do encontro saiu a decisão de reunir extraordinariamente os dirigentes associativos de todo o País (ENDA) nos próximos dias 23 e 24 de Fevereiro, no Porto.
Jorge Jacinto afirma que os estudantes e associações académicas de todo o País estão em consonância quanto aos propósitos da sua luta e que por isso o próximo passo será a sensibilização da opinião pública. Os estudantes querem receber manifestações de apoio da população que, consideram, "deve envolver-se em interesses comuns". Para isso vão utilizar um "discurso mais prático". "Vamos colocar à opinião pública questões como: será que as propinas são mais um imposto sobre o contribuinte?, será que esse dinheiro está a contribuir para a formação do seu filho?, será que depois de concluído o curso ele vai ter emprego?", explica Jorge Jacinto, presidente da Associação Académica da UBI (AAUBI).

Estudantes querem ouvir reitores

As últimas declarações de Adriano Pimpão, reitor da Universidade do Algarve que preside ao Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), suscitaram algumas dúvidas junto dos estudantes quanto às posições face à Lei do Financiamento do Ensino Superior. Por isso a AAUBI vai pedir uma segunda reunião com o CRUP para "uma definição clara de posições". "Com as últimas declarações não ficou claro que a plataforma de entendimento conseguida na última reunião se mantenha, nomeadamente quanto à aplicação do conceito de estudante elegível e quanto à Lei de Financiamento do Ensino Superior que ficou definido que não seria aceite", argumenta o dirigente associativo.
Os estudantes querem voltar a sentar-se à mesa das negociações com a tutela. A intenção é dar mais uma oportunidade de chegar a um acordo com o ministro da Educação, Augusto Santos Silva, com vista à analise dos avanços conseguidos desde Novembro, data em que as duas partes se reuniram pela última vez. "Não queremos ser acusados de falta de diálogo", afirma Jorge Jacinto. "Esta é a posição da AAUBI, não se trata de reatar relações mas sim de retomar as negociações. Queremos dar mais uma oportunidade ao Governo. Queremos que se faça algum tipo de acção conjunta e que parta daqui da Covilhã uma campanha nacional de luta e de chamada de atenção à opinião pública", continua.

Movimento estudantil exige segurança

Outra questão debatida foi relativa à segurança. Os estudantes estão solidários com a luta dos alunos do Instituto Superior Técnico de Lisboa. Apesar do problema da insegurança associado à criminalidade não se fazer sentir nos estabelecimentos de Ensino da Beira Interior, os estudantes já se reuniram e querem que a segurança nas estradas seja garantida pelo Governo. "Foi uma intenção definida na última reunião que tivemos com as Associações de Estudantes da Guarda a Portalegre para que haja mais segurança, através do alargamento do IP5 e também que a obra do IC8 seja concluída. O nosso problema é o da segurança nas estradas. O problema da segurança nas escolas está um pouco distante da nossa realidade mas estamos solidários com os nossos colegas", conclui.

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