Protocolos de articulação
Mais um passo para a Faculdade de Medicina

Assinados os protocolos com as instituições de Saúde dos distritos de Castelo Branco e Guarda fica aberto o caminho para a colaboração entre universidade, hospitais, investigadores e médicos que articuladamente irão contribuir para a formação, já a partir de Outubro próximo, de uma nova geração de médicos.

 Por Raquel Fragata

Na foto, Manuel Santos Silva, reitor da UBI, e João Casteleiro, director do HCB, assinam o protocolo

Foi assinado na quarta feira, 21, o protocolo de articulação entre a Universidade da Beira Interior e as instituições de Saúde da região. Presentes na cerimónia, que decorreu na Reitoria, estiveram os diferentes responsáveis pelas administrações dos Hospitais e organismos regionais do Ministério da Saúde.
Este documento vem definir obrigações e competências das partes e as condições da leccionação da Medicina que vai arrancar em Outubro próximo. Assim o ensino da Medicina vai decorrer em articulação de meios técnicos, humanos, laboratoriais e de espaço com o Centro Hospitalar Cova da Beira, que será o núcleo do sistema, o Hospital Amato Lusitano, o Hospital Sousa Martins e os Centros de Saúde da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).
No seu discurso, Manuel Santos Silva, reitor da UBI, referiu que este é um "momento de extrema importância para o Sistema Nacional de Saúde (SNS)".
José Cabeças, presidente da ARSC subscreve as palavras de Santos Silva e acrescenta a necessidade de rever o SNS, rentabilizando os parcos meios de que dispõem. "É de facto um grande projecto de desenvolvimento para a região, mas é sobretudo, pela sua inovação e pioneirismo, uma grande ajuda para o SNS. Não temos hoje os recursos humanos, médicos e outros, necessários ao trabalho que temos obrigação de prestar às populações", assegura.
Para a aplicação do protocolo agora celebrado ficam definidas as Comissões Mistas Permanentes (CMP) para a gestão do regime de articulação e para a elaboração dos Planos de Desenvolvimento dos hospitais com vista à adequação às necessidades da Faculdade. As CMP determinam ainda as instalações e equipamentos necessários para o efeito. Aqui, a UBI pode vir a suportar parte dos custos de manutenção dos espaços.

Dos corredores dos hospitais para as salas de aula

Um dos pontos previstos pelo documento é a possibilidade de contratação de pessoal médico dos três hospitais e Centros de Saúde da Região para leccionarem na UBI, bem como podem os docentes ser contratados para exercer actividades de assistência nos serviços destas instituições.
Da articulação de cuidados para integração de cuidados é o caminho defendido pelo presidente da ARSC. O novo modelo de ensino incidirá neste aspecto, proporcionando aos alunos um contacto muito próximo com a realidade hospitalar e, em especial, com o doente.
Para José Cabeças o aluno médico não deve ser formado em laboratório, mas tem sobretudo que ser formado em contacto com a realidade. "Uma das críticas que faço à minha formação médica é a procura do caso raro, aquele caso que por vezes nem encontraríamos na realidade", testemunha. E defende que o ensino tem que ser cada vez mais cedo integrado e multidisciplinar.
O processo de instalação da Faculdade de Ciências da Saúde está a avançar em pleno. Jorge Barata, presidente do Departamento de Ciências Médicas, refere como metas já atingidas o desenvolvimento do modelo pedagógico. A estrutura da licenciatura vai funcionar por módulos integrados, sucedendo períodos curtos de aulas a períodos para auto-aprendizagem dos alunos. Relativa à actividade laboratorial de investigação, a UBI começou agora a instalação dos laboratórios de bioquímica e química, estando já adquirido o material para as áreas da biologia molecular e genética.

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