Estudantes universitários rendem-se ao programa ERASMUS
UBI promove intercâmbio cultural

Conhecer outras culturas e línguas, conviver com diferentes pessoas, viajar, estabelecer laços de amizade são alguns dos motivos que levam jovens estudantes universitários de toda a Europa a participarem no programa ERASMUS.

 Por Nélia Sousa

Julita Roczyna (à direita), polaca, está na UBI desde Janeiro a frequentar o curso de Gestão

Chegaram há pouco tempo mas já estabeleceram fortes laços de amizade. São os estudantes europeus que, no âmbito do programa ERASMUS, decidem participar numa nova aventura - estudar durante alguns meses noutro país. À UBI chegam estudantes de todos os cantos da Europa. Também daqui partem muitos alunos que procuram conhecer outras formas de ensino e investigação.
Oscar tem 25 anos, é espanhol e frequenta o 5ºano de Engenharia Industrial na Universidade Politécnica da Catalunha. Dois motivos trouxeram-no à UBI: é a única universidade que tem a sua especialidade e a oportunidade de falar outra língua. "As línguas mais fáceis de falar são o italiano e o português e eu preferi Portugal porque o português é uma língua que se fala em muitos lugares e também devido à proximidade geográfica", explica.
Para suportar os custos relativos à sua permanência noutro país, Oscar recebe uma bolsa de 75 mil pesetas (80 mil escudos). Esta bolsa aplica-se aos meses em que irá ficar a estudar na Covilhã. "É uma bolsa pequena - afirma - porque a nossa universidade dá a muita gente a oportunidade de estudar no estrangeiro. Se fosse uma bolsa maior seriam abrangidos menos alunos".

Amizade sem fronteiras

Instalado na residência este estudante espanhol partilha o seu quarto com outro colega de ERASMUS. Wojtec, 23 anos, é estudante do 4º ano de Mecânica na Universidade Tecnológica de Silesian, na Polónia. Julita Roczyna também é polaca, tem 23 anos e está a frequentar o 2º semestre na UBI. Aluna de Gestão na Universidade de Tecnologia em Poznan pensa concluir este ano a licenciatura. Depois "gostaria de trabalhar numa empresa de consultoria", refere Julita. Por enquanto quer elaborar com sucesso o seu projecto de trabalho, forma pela qual vai ser avaliada pela UBI.
Ainda que não tenha sido a sua primeira opção, a Covilhã está a agradar a esta polaca, não só por ser mais calma que as grandes cidades mas também pela beleza da paisagem. Chegou a Portugal apenas no final de Janeiro mas já fez muitos amigos. A princípio estranhava os hábitos dos estudantes portugueses mas agora já está adaptada. "Quando cheguei tive de me habituar ao modo de vida de cá. Na Polónia a noite começa às 19 horas e acaba às 2 da madrugada, cá começa à meia noite e termina às 7." Para já tem uma certeza: quando deixar Portugal vai sentir muitas saudades dos amigos que cá deixar. "Voltar a vê-los será difícil porque é longe e a viagem é muito cara", conclui.

Na terra de Shakespeare

A UBI é uma das instituições de ensino superior que tem vindo a participar activamente no programa comunitário SOCRATES/ERASMUS. Este programa destina-se a fomentar o intercâmbio entre alunos e professores do ensino universitário dos países da União Europeia e dos países do leste europeu que, anualmente, aderem ao programa ERASMUS.
Muitas dezenas de alunos já passaram ou estão a passar pela experiência única de estudar num outro país europeu.
É o caso de Carmen Martins e Laura Sequeira, 20 anos, estudantes de Ciências da Comunicação. Actualmente encontram-se em Londres, na Universidade de North London. Para estas estudantes portuguesas a vida universitária em Londres é diferente da vida universitária na UBI.
A língua não foi um obstáculo para Laura e Carmen visto já terem conhecimentos de inglês. Para além disso a convivência com as outras estudantes, na residência onde vivem, "tem feito com que o inglês esteja cada vez mais presente", salienta Laura.
O mais dificil é o dinheiro, pois a bolsa que recebem é de 282 mil escudos para todo o semestre incluindo a viagem de ida e volta. "Dá-nos para pagar o alojamento e nada mais. Tudo aqui é tão caro que para visitar seja o que for é preciso juntar dinheiro durante um mês", refere Laura. Mas isso não é motivo de preocupação pois ir para Londres "sempre foi um sonho". Para Laura a experiência está a ser boa porque "serve um pouco para expandir os meus horizontes e deixar-me ver as diferenças do mundo com outros olhos".
O programa ERASMUS dá a muitos estudantes universitários a possibilidade de alargarem os horizontes, conhecerem novas culturas e métodos de ensino.

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