Colóquio junta 400 pessoas em Idanha-a-Nova
Coelho bravo essencial no equilíbrio dos ecossistemas

 NC/Urbi et Orbi

A criação de pequenos parques de reprodução do coelho bravo no interior das zonas de caça pode ser uma alternativa aos simples actos de repovoamento. A sugestão foi apresentada durante o Colóquio organizado pela Direcção Regional de Agricultura da Beira Interior (DRABI) que, no sábado e domingo, 17 e 18, juntou no Centro Cultural Raiano, em Idanha-a-Nova, mais de 400 pessoas, na sua maioria ligadas ao mundo da caça e da conservação da natureza.
A possibilidade destes animais (cujo número de abates atinge mais de um milhão por ano) poderem recorrer à fauna local e lhes poder ser associado um programa de vacinação, está na base da proposta atrás mencionada. É que a "mixomatose", doença hemorrágica viral, e a "coccidiose", doenças que mais afectam as populações de coelho bravo na Europa, condicionam os repovoamentos e obrigam a cuidados reforçados. A aguardar por homologação está já uma vacina recombinante, desenvolvida em Espanha, que só por si não é solução para o problema da diminuição das populações deste animal. No entanto, de acordo com um dos oradores do evento, o investigador Juan Maria Torres, os coelhos vacinados transmitem rapidamente as características da vacina por diversos vectores, como os insectos, as pulgas e o contacto directo entre outros. Situação que torna a vacinação muito eficaz.

Repovoamento científico

A juntar a este método de controlo da espécie, o Congresso abordou de forma intensiva a necessidade de implementação de políticas de desenvolvimento, de medidas de planeamento e ordenamento cinegético e de actos de gestão e decisão. Neste sentido, e tendo em conta a enorme importância reconhecida ao coelho bravo na dinâmica da caça e no equilíbrio dos ecossistemas, ficou assente que os processos de repovoamento devem seguir metodologias e técnicas cientificas.
Uma opinião partilhada pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, Vítor Barros, que, na sessão de abertura do evento, defendeu o repovoamento das áreas de caça com a espécie e anunciou a reintrodução do corso na região, através da importação de animais de França. No distrito de Castelo Branco, mais de 50 por cento da área não cultivada é ocupada por 60 associações de caça. A segunda maior superfície do País com esta ocupação.

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