Almeida - Canidatura dentro de dois anos
Centro Histórico a Património Mundial

 NC/Urbi et Orbi

A Praça Forte de Almeida, que durante os séculos XVII e XVIII serviu de fortaleza militar, pode ser classificada como Património Histórico. Segundo a Câmara, o dossier está pronto dentro de dois anos e meio.

A Câmara Municipal de Almeida quer candidatar o Centro Histórico da vila - a antiga Praça Forte de arquitectura militar - à categoria de Património Mundial. Os primeiros passos já foram dados. Para além do processo de revitalização do património, no âmbito do Programa de Recuparação das Aldeias Históricas, José Costa Reis, presidente da edilidade, refere que foi criado, também, um Gabinete Técnico Local. Refira-se que o programa atrás mencionado permitiu recuperar o antigo Picadeiro D'El Rei, o Hospital de Sangue (ou Militar), casamatas, fachadas das habitações e proceder ao enterramento de cabos eléctricos, telefones e televisão.
O novo Gabinete, que iniciou funções em meados de Março, vai levar a cabo um conjunto de planos de pormenor, de forma a enquadrar paisagisticamente alguns bairros que estão fora do Centro Histórico, cujo ordenamento é indispensável para criar harmonia no conjunto. Segundo o edil, "é importante qualificar Almeida como um todo, uma tarefa fácil de concretizar com os planos de pormenor que tencionamos realizar". José Reis dá o exemplo do Bairro dos Retornados, um bloco habitacional na parte exterior do perímetro amuralhado, onde vivem cerca de 50 famílias em casas pré-fabricadas e sem condições. O autarca afirma que "a ideia da Câmara é realojar essas pessoas noutro local e recuperar e embelezar dignamente aquele espaço".

Dossier em andamento

Cerca de dois anos e meio é o tempo apontado pelo presidente para "sem ser muito optimista, estarem reunidas as condições para que o dossier de candidatura esteja completamente concluído". O trabalho é, seguidamente, entregue à UNESCO, entidade detentora da última palavra no processo de classificação. José Reis mostra-se confiante na facilidade de conseguir o estatuto de Património Histórico para a antiga Praça Forte. "As muralhas e o próprio conteúdo do Centro Histórico, a riqueza que possuem e a forma como estão preservados, dão-nos um grande alento, sendo, talvez, no momento, a praça mais bem preservada do mundo", diz com agrado.
Edificada nos séculos XVII e XVIII, a Praça Forte de Almeida é um perfeito exemplar da arquitectura militar. Uma fortaleza abaluartada com traçado hexagonal em estrela, cujo acesso é feito por três portas duplas, em túnel, (Portas de São Francisco, Santo António e do Sol) e por uma "porta falsa" aberta no século passado. O espaço é rodeado por um fosso e dispõe de seis baluartes equipados com casamatas (galerias subterrâneas onde os habitantes se recolhiam em caso de perigo).
Em 1927, perdeu toda a importância militar que teve durantes séculos, quando viu partir o último Esquadrão de Cavalaria e, um ano depois, as muralhas foram consideradas "Património Nacional", por decreto. "Com a forma de um polígono regular, as muralhas, baluartes, revelins, portas e casamatas foram um dos mais importantes sistemas de fortificação abaluartada", avalia o decreto. E continua: "Este vasto complexo militar foi construído ao longo dos séculos XVII e XVIII e protagonizou importantes acções nas guerras da Restauração (1640/1668) e Peninsulares (1810/1812)".

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