Yukio Mishima - O Templo Dourado

Da literatura japonesa do séc. XX vários são os nomes que se destacam. Um escritor, no entanto, quer pela fineza da forma, quer pela riqueza de conteúdo, merece especial destaque. Esse escritor é Yukio Mishima.

A obra do autor coloca em relevo, como se de fracturas expostas se tratasse, a psique japonesa na sua forma mais pura, e se calhar menos visível. As personagens de Mishima colocam-se continuamente em cheque a si próprias e analisam as suas vidas segundo o barómetro que começa na relação consigo mesmo, passando para as inter-relações com os seus e acabando na própria vida do povo japonês como um todo.

Em 'O Templo Dourado', Mishima conta a história de um rapaz, Mizoguchi, e da sua formação enquanto bozo (sacerdote budista), centrando-se na dualidade que este encontra entre a sua fealdade e a beleza do Templo onde vive e estuda. Tal como boa parte da sua extensa obra, 'O Templo Dourado' reflecte a vida do autor, as suas tendências masoquistas, a sua homosexualidade velada e a ideia de acabar ritualmente com a sua própria vida, como aliás o fez, em 1970. A sua escrita demonstra, contudo, uma riqueza e contenção, como que planificadas palavra a palavra, que torna a sua obra, e no caso presente, 'O Templo Dourado' uma experiência reveladora, para o leitor ocidental, de toda uma cultura ancestral enraizada no modo de agir de personagens do século há pouco findado.

 

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