DICA

Edmundo Cordeiro

O preço da interioridade é ter uma indústria contra a desertificação. Isto reflecte-se a todos os níveis: não só na forte dinâmica empresarial, na captação dos investimentos necessários à revitalização sócio-económica da região, bem como na beleza natural, um diamante ainda por lapidar, e, mais ainda, a localização privilegiada e hospitalidade. Tudo isto, por junto, são os ingredientes do segredo para a fixação e integração das diversas mais valias humanas que, cada vez mais sistematicamente, começam, tal como tantos outros ao longo de gerações, a afluir ao interior. E isto não é de somenos importância. Assim, o desenvolvimento tem de ser feito com equilíbrio, ele tem de ser integrado e harmonioso. Isto em estreita interdependência com a requalificação reforçada dos tecidos urbanos, locais privilegiados de convivência dos munícipes, os quais, cada vez mais, fazem apostas direccionadas no sentido de uma maior qualidade de vida no espaço público. O ideal seria que, no exercício da cidadania próprio a cada munícipe, eles direccionassem também apostas no mesmo sentido para o espaço particular, procurando balizar a questão da violência doméstica pelos parâmetros fornecidos com clareza pelo modelo social europeu dos países mais desenvolvidos. Mas não é tarefa fácil. Por isso, para além da criação das condições necessárias para um profundo consenso nestas matérias, há que não descurar o aspecto da livre exposição de ideias, pois muitas são as vozes que, já hoje, se levantam contra as mais, essas que têm o ensejo de fazer incidir a cândida luz da sua sabedoria sobre todo o filão de tradições da região, e mais ainda, das organizações, reinventando-as, compondo constantemente sugestões, depois de horas a fio a matutar no bem comum, em prejuízo da vida pessoal e familiar, dando assim novo brilho ao que de mais castiço nos caracteriza. Todas estas ideias são muito partilhadas: vários lídimos representantes da comunidade já fizeram o raciocínio, o que é sinal da sua importância. Devem pois por isso ser tidas em conta.

(Convidado: Imprensa Danossaterra)

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