José Sócrates, ministro do Ambiente e Ordenamento do Território, e Carlos Pinto, autarca covilhanense, assinaram ontem o contrato do Programa Polis para a cidade da Covilhã

José Sócrates, ministro do Ambiente e Ordenamento do Território, inaugurou ontem, segunda feira, 14 de Maio, o relógio que fará a contagem decrescente até 12 de Agosto de 2005, data em que deverá estar concluída a intervenção do Programa Polis de requalificação urbana para a Covilhã. A Covilhã foi a 17ª, das 18 cidades que vão ser intervencionadas em todo o País, a avançar com a assinatura do contrato. José Sócrates, natural da cidade serrana, considera este "o mais bonito e ambicioso" dos projectos tendo em conta que para além de requalificar ambientalmente a cidade restitui-lhe parte da sua memória histórica ao concentrar os objectivos na recuperação das áreas envolventes às ribeiras da Carpinteira e da Degoldra, intimamente ligadas à história da indústria dos lanifícios. Pontes pedonais a ligar o vale ao centro da cidade, espaços de estacionamento nas áreas de maior tráfego urbano, jardins e miradouros junto às pontes são alguns pormenores que, esperam os responsáveis, trarão mais qualidade de vida aos covilhanenses.
O Polis Covilhã irá representar um investimento total de oito milhões e 600 mil contos, dos quais apenas cinco milhões e meio serão suportados pelo Estado, o restante será financiado em parte pela autarquia e por entidades diversas na construção de obras complementares do Plano Estratégico. Esta diferença de números não preocupa Carlos Pinto que, acredita, irá ser compensada com outros investimentos sem que seja comprometida a realização total dos projectos previstos.
Carlos Pinto destacou, "para reforçar a sintonia entre a iniciativa do Ministério [do Ambiente] e o programa da Câmara da Covilhã", cinco obras que neste momento estão em curso e que antecipam os prazos iniciais fixados pelo Plano Estratégico: o Largo de Nossa Senhora de Fátima, o Largo de Infantaria XXI, o Jardim Público (obra que estará concluída no dia 28 de Julho, garantiu o autarca, para a realização dos dez casamentos dos Noivos de S. Tiago), a Ponte do Rato e o Jardim do Lago. Cinco obras que totalizam 736 mil contos.

Arquitecto internacional pode ser convidado

"O Polis é um programa que vive da execução e obcecado com ela", afirmou o ministro do Ambiente e Ordenamento do Território, para quem a definição de prazos muito curtos para a concretização dos projectos é fundamental. Esta exigência é apoiada pelo autarca covilhanense que promete inclusive "andar rápido e antecipar o tempo e o relógio do próprio Polis". Até Maio do próximo ano estarão concluídos todos os estudos prévios e o Plano de Pormenor para todas as intervenções a realizar.
A empresa Covilhã-Polis, representando o Estado, que detém 60 por cento, e a autarquia, já está constituída desde o último Conselho de Ministros e aguarda agora a publicação do Decreto-Lei. Esta empresa funcionará através da transferência de poderes públicos para a aceleração dos trabalhos e respeita o contrato parasocial estabelecido que determina que nenhuma decisão será tomada à revelia dos seus parceiros.
A abertura dos concursos à participação de arquitectos e projectistas da Beira Interior vai ser uma das proposta que Nuno Teotónio Pereira, arquitecto que chefia o grupo envolvido no programa, vai apresentar à sociedade gestora. O arquitecto adiantou ainda, sem avançar nomes, que é sua intenção propor também a participação de um arquitecto de renome internacional num dos projectos do Polis para a Covilhã, decisão que será também tomada pela empresa.
Para José Sócrates o Polis inaugura uma nova frente política que melhorará a qualidade de vida das cidades. Sócrates defendeu serem as cidades os principais centros de crise ambiental do País. Por dois motivos foi criado o Polis: a consciência do declínio da qualidade de vida nas cidades, nomeadamente pelas más intervenções arquitectónicas realizadas no passado, a poluição e o abandono dos núcleos históricos destas, e a necessidade de tornar o País mais competitivo tornando as suas cidades atraentes para os investimentos e fixação da população. Sócrates acredita: "ao qualificar está-se a dinamizar a economia e todas as estruturas do País", mas afirma ao mesmo tempo que esta não será a solução definitiva. O Polis pretende ser apenas um impulso a ser seguido nos próximos anos nas restantes cidades que agora ficaram de fora.
"O futuro da Covilhã - defende o autarca covilhanense - deve ser um futuro verde, com todos os seu problemas ambientais resolvidos, digital, voltada para as novas tecnologias, uma cidade do conhecimento e do entretenimento, uma cidade intergeracional, onde todos possam conviver a realizar a sua felicidade pessoal."
O Plano Estratégico está disponível para consulta no Centro de Informação Polis, a funcionar na Casa dos Magistrados.