Aires Duarte, , do IDICT da Covilhã, defende a sensibilização de trabalhadores e empregadores para a prevenção

Os acidentes de trabalho são frequentes na construção civil. Um inquérito realizado pelo IDICT, revelou que entre 1990 e 1998 morreram mil 435 pessoas vítimas de acidentes de trabalho. De forma a sensibilizar os alunos para esta realidade, o Departamento de
Engenharia Civil (DEC), em parceria com o Núcleo de Engenharia Civil da Universidade da Beira Interior (NECUBI), organizou uma conferência subordinada ao tema "Segurança nos Estaleiros e Prevenção de Riscos na Construção Civil", ministrada pelo Inspector de Trabalho Aires Duarte.
Para João Carlos Lanzinha, docente na Universidade da Beira Interior, esta conferência "teve como objectivo principal sensibilizar os futuros responsáveis por obras de construção civil."
Segundo Aires Duarte, "a segurança numa obra de construção civil passa, em primeiro lugar, por um plano bem definido sobre a segurança no próprio estaleiro. A abertura de um estaleiro só pode ter lugar quando o dono da obra tiver um plano de segurança e saúde, de modo a que a integridade física dos trabalhadores esteja assegurada.
"A falta de prevenção potencia um risco que, com maior ou menor intensidade, pode afectar qualquer interveniente da obra", refere Aires Duarte. Há casos em que as regras de segurança não estão a ser cumpridas, o que leva à morte de uma pessoa em cada dois dias, por ano. Para Aires Duarte esta é uma situação que afecta a todos "um bom plano de segurança faz com que os trabalhadores se sintam mais seguros e quanto mais segurança houver, mais produção há a todos os níveis".
Outro inquérito realizado pelo IDICT, em 1999, revelou que a zona onde acontecem mais acidentes de trabalho é Lisboa, com 56 casos registados. No distrito de Castelo Branco e da Guarda a situação é menos alarmante. Registaram-se dois acidentes mortais em Castelo Branco e seis na Guarda. Na passada semana Aires Duarte embargou duas obras no concelho da Covilhã por falta de segurança na obra.
"É importante que os responsáveis pelas obras se mentalizem que o plano de segurança é imprescindível para qualquer obra. Nada paga uma vida humana" conclui Aires Duarte.