Por Alexandre S. Silva
NC/Urbi et Orbi


Os exames finais de 12º ano envolvem, na Covilhã, quase mil alunos

Agora é a sério. Ao fim de, pelo menos, 12 anos de estudos e indecisões sobre a carreira a seguir no futuro, chegou o momento de reduzir as opções. Por todo o País, quase 100 mil finalistas do Ensino Secundário preparam-se para os exames finais do 12º ano. Um número para o qual a Covilhã contribui com cerca de um milhar, embora nem todos tenham a pretensão de se candidatar ao Ensino Superior. Nas secundárias Campos Melo e Pêro da Covilhã os tampos das secretárias das salas de aula enchem-se de enunciados, folhas de teste e rascunhos num esforço último para conseguir a colocação no curso preferido e na Universidade desejada. As provas começaram na última segunda-feira, 18, e vão desenrolar-se, em várias fases, até meados do próximo mês.
As escolas da cidade não fogem à média nacional de ingresso no Ensino Superior. Segundo dados dos últimos anos fornecidos pelos dois estabelecimentos, cerca de 40 por cento dos alunos que tencionam candidatar-se conseguem colocação. A Universidade da Beira Interior (UBI) continua a ser o destino mais procurado. Dos 138 alunos da Campos Melo que conseguiram entrar na primeira fase do ano lectivo 2000-2001, 48 ficaram na cidade. O mesmo aconteceu com 34 dos 106 estudantes da Frei Heitor Pinto na mesma situação.

UBI lidera o "top"

A escolha da UBI pelos alunos da Covilhã tem motivos mais ou menos óbvios. Para além do facto de beneficiarem do contingente de "preferência regional", existem, salientam responsáveis das duas escolas, razões de ordem afectiva por um lado, e de ordem financeira por outro. Alguns alunos ainda não se sentem preparados para se separarem da família, enquanto outros não têm a disponibilidade económica para se "aventurar" fora da região.
Em segundo lugar nas preferências dos covilhanenses que no ano passado ingressaram no Ensino Superior, situa-se a Universidade de Aveiro (15 colocações em primeira fase, no total das duas escolas), ainda que muito distanciada da sua homóloga da Beira Interior. De resto, uma situação pontual, dado que as escolas superiores dos institutos politécnicos de Castelo Branco e da Guarda são, de há vários anos a esta parte, as opções mais procuradas e acabam por albergar, no total, uma média de 45 covilhanenses.
Em relação aos cursos preferidos, a tabela é liderada por Gestão, Enfermagem, Economia, Informática e Engenharia Civil. A discrepância, no entanto, não é tão grande como na escolha da Universidade e as colocações por curso variam entre uma e oito. Uma consequência, afirma, José Rodrigues, presidente do Conselho Executivo da Secundária Frei Heitor Pinto, "de uma variada formação de base em todas as áreas, proporcionada pelos estabelecimentos da cidade". O responsável afirma-se satisfeito com os números de anos anteriores mas encara-os com reservas. É que, sublinha, "se por um lado ficamos a conhecer as tendências dos alunos da escola, por outro, não sabemos se essa escolha foi feita por critérios afectivos ou económicos ou se o aluno não teria uma média suficiente para entrar num estabelecimento mais exigente".






 

Pedro Alexandre
20 anos

Se conseguir fazer os exames vou concorrer a Desporto. Estou a pensar ir para o Porto ou Vila Real porque na Covilhã não há Educação Física, mas se houvesse gostava de ficar.
É capaz de ser um pouco complicado no início. Mudar e sair de casa, conhecer pessoas e ambientes diferentes, vai ser uma experiência diferente.
As minhas expectativas são de entrar e acabar o curso, depois logo se vê, mas tenho boas esperanças.

 

Carina Rodrigues
21 anos

Vou tentar concorrer para professora primária ou Sociologia na UBI, porque foi o que sempre quis ser. Sempre lidei bem com crianças e sociologia é a minha segunda base.
Quero ficar perto porque tenho receio das mudanças. Para mim é um pouco difícil estar longe de casa. Espero que corra tudo bem, é o que se pede sempre. Tenho consciência de que vai ser um bocado difícil ao princípio. Vamos conhecer um novo ambiente e mais trabalho, mas crei que tudo vai correr bem.

 

Bruno Oliveira
19 anos

Estou a pensar candidatar-me a Comunicação Social na UBI. É a área que mais me interessa. As perspectivas de fim de curso são variadas e muito atractivas e a Universidade é bastante prestigiada. Por outro lado há a questão monetária. Se ficar cá o esforço da minha família para me manter no Ensino Superior é bem menor do que se tiver que ir para outra cidade.

 

Sofia Carriço
19 anos

Vou concorrer a Arqueologia, porque as origens são algo que me intrigam. Não me estou a ver a tirar outro curso.
Vou para longe da minha cidade: Coimbra ou Braga. Faz-me alguma impressão, porque estou muito ligada aos pais e à própria terra. Viver nesta zona é muito diferente, embora Coimbra e Braga não sejam cidades muito maiores. De qualquer modo, vou confiante porque uma pessoa tem que aprender a viver, não pode ficar sempre apegada aos pais.

 

Joana Matos
18 anos

Vou concorrer para Enfermagem e para Castelo Branco e Guarda, porque tenho oportunidade de ir e vir todos os dias. Acho que é o melhor para mim. Vai ser bom mudar de ar e conhecer novas pessoas. Estou confiante, embora as médias sejam muito altas. Tudo depende dos resultados dos exames.