Esteve vestida de negro a entrada da UBI no dia que deu início às actividades lectivas para 2001/2002. À excepção dos alunos da UCP de Artes e Letras, e dos alunos que ingressam este ano pela primeira vez na UBI, cujo início das actividades lectivas será no próximo dia 1 de Outubro, os estudantes voltaram a preencher os espaços a eles dedicados. As salas de aula não registaram, por enquanto, grande afluência de alunos, mas em toda a universidade se nota a diferença: os estudantes reencontram-se com a UBI e com a cidade após a ausência propiciada pelas férias.
A Associação Académica da UBI aproveitou o regresso às aulas para marcar posição relativamente à actual situação do ensino superior, assinalando o primeiro dia de aulas com um "Luto pela Educação".
A entrada da UBI esteve revestida de negro, e num cartaz podia ler-se "Educação sem aposta, Portugal sem futuro". É este o mote da AAUBI, que promete não ficar indiferente à "constante desresponsabilização do Governo português", afirmam em comunicado à imprensa.
Com esta iniciativa, a associação dá o primeiro passo para uma série de "acções de formação e consciencialização da Academia para um problema que afecta todos nós", garantem. O calendário de actividades é vasto, dizem, e inclui "material interno, abaixo assinados, foruns de discussão e acções simbólicas". Um ano pleno em reivindicações académicas.

Novo calendário divide opiniões

Quanto ao novo calendário, as opiniões dividem-se. No entanto, para o Professor Luís Carrilho, "vivemos este ano, através do calendário, uma melhoria significativa de toda a estrutura escolar, em vários aspectos", defende.
Para aquele responsável, o objectivo do calendário, que entra em vigor este ano lectivo, será contribuir para o estruturar de "uma nova filosofia" no ensino. Na medida em que "encurta o período de exames" e "incrementa as férias escolares", o calendário das actividades lectivas poderá contribuir para apoiar uma aprendizagem que "tem de ser feita gradualmente", defende o vice reitor da UBI. "O exame não pode ser a meta do aluno. Eu sou apologista de que a aprendizagem deve ser realizada ao longo do ano. O exame deve ser interpretado como um recurso, e não como uma meta ou um fim em si mesmo", explica.
Além disso, "o calendário estruturado desta forma pode vir a encontrar-se com uma fórmula que dê ao docente e ao aluno um período de dois meses e meio, na altura do Verão, para dedicar, no caso do aluno, a um estágio numa empresa, por exemplo , e no caso dos docentes, esse tempo pode ser dedicado à investigação continuada, sem as preocupações de exames e aulas, como acontece durante o ano lectivo", refere Luís Carrilho.
De resto não são esperados, por Luís Carrilho, resultados imediatos da aplicação dos novos tempos lectivos: "Este calendário não é definitivo, mas é necessário arriscar de forma a descobrir o que melhor pode contribuir para o sucesso escolar dos alunos", defende. "Vamos ver como resulta e como é que alunos e docentes reagem", conclui.