António Fidalgo

Alegremo-nos, mas...



Alegremo-nos sim, mas não embandeiremos em arco com o sucesso que foi este ano o preenchimento das vagas dos cursos da UBI. É óbvio que é motivo de alegria verificar a boa adesão dos alunos aos cursos da UBI em geral. E o motivo é justo porque esta Universidade tem feito um grande esforço em oferecer um ensino de qualidade aos seus estudantes. Mas a alegria não pode descambar em euforia e julgar que é altura enfim de abrandar o ritmo de trabalho e de dedicação. Não, de modo algum.
A UBI usufruiu no passado recente de uma visibilidade que com certeza não se repetirá. A luta tão acesa e badalada pela Faculdade de Ciências da Saúde reverteu numa presença muito significativa da UBI nos órgãos de comunicação social de todo o país. Agora que se passa ao quotidiano, desaparece o interesse dos média. Por outro lado, estamos perante ciclos, algo imprevisíveis, de procura de certos cursos. Cursos que num ano enchiam passam de moda, e cursos que estavam com dificuldades vêm de repente aumentar significativamente o número de candidatos.
Neste ponto a UBI está hoje muito melhor munida perante a oscilação da procura. Primeiro, porque a universidade tem hoje um leque de cursos muito mais variado do que até há poucos anos. A UBI era uma universidade mono direccionada, centrada nas Engenharias, como se fosse uma cópia do Instituto Superior Técnico. Hoje, com uma ampla variedade de cursos, da engenharia têxtil à filosofia e designs, a UBI abrange quase todo o espectro dos saberes e pode assim enfrentar as oscilações da procura. Por outro lado, porque tem um curso âncora, o curso de Medicina, que representa, em números, muito mais do que os alunos que admite. Por arrastamento os cursos âncora puxam pelos outros cursos da universidade, tal como num centro comercial um restaurante ou uma loja âncora como o Mac'Donalds ou a Benetton atraem clientes para outras lojas.
Por fim, começa, ainda que muito incipientemente, a impor-se também em Portugal a qualidade como critério de escolha. Tudo leva a crer que esse critério ganhe importância. Por isso, não podemos baixar os braços. Alegremo-nos hoje e continuemos amanhã com o trabalho de todos os dias.