Por Laura Sequeira


A criação de infra-estruturas eólicas vai contribuir para o desenvolvimento económico da região, não só através da criação de postos de trabalho mas também pela possibilidade de novas empresas aqui se instalarem

A construção dos parques eólicos na Beira Baixa começa já em 2002. No passado dia 12 de Outubro, durante uma iniciativa da responsabilidade da
Câmara Municipal de Castelo Branco, que reuniu na mesma mesa as entidades responsáveis pelo projecto que visa explorar o vento da região como fonte de energia renovável, Ana Estanqueiro, investigadora do Departamento para as Energias Renováveis do Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial (INETI) reafirmou o potencial eólico da Beira Baixa. "A Beira Baixa pode ser considerada uma das maiores províncias com potencial eólico do país", explica a investigadora. Durante a fase de estudo foram construídas 25 estações anemométricas na região, que apresentam dados "entusiasmantes" acerca do potencial eólico. A região da Beira Baixa tem a capacidade de produzir cerca de 441 megawatts por ano, o que a torna uma região autosuficiente e até capaz de exportar energia.
O plano de desenvolvimento eólico da região prevê a construção de parques eólicos que visam o aproveitamento desta fonte de energia renovável. A empresa Generg é a responsável pela realização deste projecto.
No entanto, apesar do potencial eólico provado pelos estudos já efectuados, a região da Beira Baixa ainda não dispõe das infraestruturas necessárias ao escoamento desta energia. "Onde existe o potencial, não há rede eléctrica para o assugerar.", explica José Escada, administrador da REN.
Mas José Penedos, presidente daquele organismo, garantiu que as infra-estruturas vão ser construídas, "está agora a dar-se o passo da interiorização da rede eléctrica nacional. Essa rede permite estabelecer um
país interior que até agora não existia em termos de actividades económicas.", afirma.
Na opinião de José Penedos, a "auto-estrada da electricidade" para a Beira Baixa vai contribuir para "o salto desta região, que se concretizará tanto em investimentos como em condições de fixação das pessoas". Os beneficios desta construção não se ficam por aqui. "A criação destas infra-estruturas vai trazer para a região um grande desenvolvimento económico, sendo criados novos postos de emprego e sendo dada a possibilidade de novas empresas se instalarem na zona", a garantia foi dada pelo presidente da REN.
Castelo Branco, Fundão, Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã,e Vila Velha de Rodão são os concelhos que vão receber os aerogeradores. Neste projecto, além das autarquias, estão também envolvidas as Juntas de Freguesia e os proprietários dos terrenos, que vão receber, durante 25 anos, contrapartidas de 6,5 a 10 milhões de contos.
Para José Morão, Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, " a importância deste projecto revê-se no facto de poder ver o meu concelho desenvolver-se como tantos outros já o fizeram".