Por João Alves
NC/Urbi et Orbi


Caso o IC6 não tenha quatro faixas, ANIL e Câmara dizem que "todo o desenvolvimento da região está em causa"

O presidente da Associação Nacional dos Lanifícios (ANIL), José Robalo, afirmou esta semana que já recebeu a resposta do ministro do Equipamento Social, Ferro Rodrigues, ao pedido de revisão pedido para que o traçado do IC6, entre a Covilhã e Coimbra, fosse revisto (ver última edição do NC). Segundo Robalo, a resposta não poderia ser mais negativa, uma vez que o Governo terá reafirmado que não se justifica que a estrada tenha quatro faixas de rodagem.
Recorde-se que os industriais de lanifícios tinham pedido a revisão do traçado, transformando-o em perfil de auto-estrada, depois de saberem que o ante-projecto do IC6, no percurso entre Covilhã e Unhais da Serra, apenas previa uma faixa em cada sentido. A ANIL, na carta enviada a Ferro Rodrigues, afirma que não quer um troço a "nascer torto" e lembra o exemplo do IP5, que deveria "servir para que não se cometam mais erros". Caso a estrada não tenha quatro faixas, os empresários dizem que todo o desenvolvimento da região é que está em causa. Também a Câmara da Covilhã tem contestado o tipo de traçado idealizado e quer o IC6 com perfil de auto-estrada. Apesar do presdiente da autarquia, Carlos Pinto, ter dito, na sessão solene do Dia da Cidade, que o Governo estava aberto à discussão de soluções para aquela estrada, a verdade é que agora a edilidade covilhanense, bem como a ANIL, sofrem um forte revés.
Segundo José Robalo, são três as causas que explicam esta recusa do Governo em alterar o traçado. A carta enviada por Ferro Rodrigues terá apontado que o Plano Rodoviário 2000 só prevê duas faixas de rodagem, que o fluxo de tráfego do troço não justifica a construção de quatro vias e que também existem razões ambientais que são obstáculo a esse desejo da ANIL. Para Robalo, o fluxo de tráfego não justifica esta recusa porque, actualmente, "a estrada é tão má que toda a gente de lá foge". "Quanto aos custos ambientais, terão que ser pagos pelo País. Não podem obrigar o Interior a viver na idade da pedra", sublinha. A ANIL promete não se calar perante esta recusa e continuar a reclamar por esta acessibilidade, que poderia ser uma das soluções para que as dificuldades de acesso ao Litoral fossem minimizadas.