Concerto 
                          inédito na região 
                          Requiem esgota igreja de São 
                          Tiago 
                           
                            Centenas de pessoas 
                          foram atraídas pela melodia fúnebre que 
                          soou durante mais de uma hora na Igreja de São 
                          Tiago e assistiram, pela primeira vez na Covilhã 
                          ao "Requiem de Mozart". 
                           
                            
                        
                           
                               
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                               Por Ana Maria 
                                Fonseca 
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                        Quatro solistas convidados acompanharam o Coro Misto da 
                        Covilhã e a Orquestra Sinfónica da EPABI 
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                    A orquestra Sinfónica 
                      da Escola Profissional de Artes da Beira Interior (EPABI) 
                      em parceria com o Coro Misto da Covilhã, acompanhados 
                      por quatro solistas convidados e com direcção 
                      musical de Luís Cipriano lotaram, na noite do passado 
                      Sábado a Igreja de São Tiago. 
                      Durante cerca de uma hora os músicos e cantores encantaram 
                      o público presente com a versão original do 
                      século XVIII desta composição. A Soprano 
                      Luísa Tavares, o Contratenor Nicolas Domingues, o 
                      Tenor Marco Santos e o Barítono Luís Rodrigues 
                      abrilhantaram o espectáculo com as suas notáveis 
                      prestações e mostraram-se surpreendidos pela 
                      qualidade dos músicos covilhanenses, bem como pelo 
                      calor da assistência, apesar do frio que se fez sentir 
                      na noite de Sábado. 
                      Os solistas, todos eles com currículos apreciáveis 
                      no panorama nacional, estimaram a participação 
                      neste espectáculo da Covilhã, organizado pela 
                      Associação Cultural da Beira Interior em parceria 
                      com a EPABI, mostrando-se disponíveis para futuras 
                      participações em iniciativas deste âmbito. 
                       
                      Para Marco Santos esta foi uma experiência "muito 
                      positiva" uma vez que ficou surpreendido com "o 
                      nível especialmente do coro mas também da 
                      orquestra". Embora estes últimos sejam estudantes 
                      e o coro amador, "não foi nada difícil 
                      ensaiar com eles", diz o tenor, uma vez que "compreendemos 
                      as necessidades uns dos outros. O que acabámos de 
                      ouvir foi bastante positivo e demonstra o potencial que 
                      o país tem e em particular o interior do país, 
                      especialmente porque o interior é muitas vezes menosprezado". 
                      "Foi um grande prazer trabalhar aqui", conclui. 
                      
                         
                           
                             
                               Os solistas mostraram-se 
                              surpreendidos pela qualidade dos músicos 
                              e coralistas covilhanenses 
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                              Luísa Tavares, soprano, 
                              partilha da mesma opinião. "Acho que 
                              este coro e esta orquestra fazem boa figura em qualquer 
                              ponto do País e do mundo", comentou. 
                              "Fiquei muito surpreendida com a qualidade. 
                              Têm uma qualidade fantástica para um 
                              coro amador. Não conheço nenhum coro 
                              amador com esta qualidade", afirmou. 
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                      16 violinistas, seis violetistas, quatro violoncelistas, 
                      dois contrabaixo, dois clarinetes, dois fragotes e o mesmo 
                      número de trompetes, três trombones e um tímpano, 
                      bem como um orgão positivo, instrumento totalmente 
                      construído em madeira, cedido pela Orquestra Nacional 
                      do Porto especialmente para esta ocasião, soaram 
                      durante cerca de uma hora acompanhando os 35 coralistas, 
                      entre 10 sopranos, 12 contraltos, seis tenores, sete baixos 
                      e os quatro solistas convidados. 
                       
                      "O público é o maior aliado que temos" 
                       
                      Para Luís Cipriano este foi "um bom concerto" 
                      que superou as expectativas.  
                      A qualidade deste espectáculo deve, na opinião 
                      do maestro, ser visível para os responsáveis 
                      da autarquia, no sentido de "se aperceberem da evolução 
                      cultural que está a ocorrer na cidade e para não 
                      se deixarem atrasar". 
                      A afluência de público que esgotou a lotação 
                      da Igreja de São Tiago comprova que este "tem 
                      grande estima pelo nosso trabalho e é o maior aliado 
                      que temos". 
                      Não só o aspecto cultural da cidade "tem 
                      evoluído como também a população" 
                      tem evoluído neste sentido, referiu o maestro. "Musicalmente 
                      a Covilhã está superior à política 
                      desta cidade", acrescentou. 
                      Luís Cipriano defende que "enquanto os concertos 
                      não forem pagos, não posso continuar a pedir 
                      às pessoas para tocarem gratuitamente". este 
                      talvez tenha sido o último concerto "até 
                      a Câmara querer", sublinhou. 
                      O Requiem será proximamente apresentado em Famalicão 
                      e em Guimarães, "porque as Câmaras locais 
                      pagam para o efeito", concluiu.  
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                                O Requiem 
                                que não é de Mozart 
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                                A missa fúnebre conhecida 
                                como Requiem não foi totalmente concebida 
                                por Mozart 
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                            Durante 
                            os últimos meses da sua vida, Mozart recebeu 
                            uma encomenda do conde Von Walsegg-Stuppach. Este 
                            conde encomendou a Mozart uma missa de réquiem, 
                            uma vez que a sua esposa tinha morrido em Fevereiro 
                            daquele ano. 
                            A deterioração da saúde de Mozart 
                            acentuou-se durante as últimas semanas de Novembro. 
                            A 4 de Dezembro, perante uma ligeira melhoria, o músico 
                            reuniu alguns amigos junto ao seu leito, a fim de 
                            ensaiar as partes do Requiem já concluídas. 
                            No entanto, Mozart piorou, acabando por falecer na 
                            noite de 5 para 6 desse mês na sua casa em Viena. 
                            Uma vez que a obra ficara por concluir e com o objectivo 
                            de receber o restante do pagamento pela composição, 
                            a viúva de Mozart pediu a um aluno e colaborador 
                            do músico austríaco que a terminasse. 
                            Deste modo, foi Franz Xaver Sussmayer que completou 
                            a obra bastante incompleta deixada por Mozart. O músico 
                            deixara a maior parte da partitura incompleta, tendo 
                            composto apenas os primeiros compassos e algumas notas 
                            dos seguintes. O Requiem não pode, assim, ser 
                            considerado totalmente mozartiano. 
                             
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