António Fidalgo

Moda, Modelos e Design Têxtil


A Covilhã Moda 2001 repetiu o êxito do ano passado. Tudo leva a crer que o evento, organizado pela UBI e pela Câmara Municipal da Covilhã, se vai tornar numa rotina. É excelente que assim seja. Sem voluntarismos não há iniciativas, mas sem rotinas não há voluntarismos que perdurem. Esta segunda edição tem o mérito de criar o hábito, na cidade e na região, de olhar para a moda como criação que se pode fazer aqui e não apenas como produto que se importa.
Pela primeira vez os alunos do Curso de Licenciatura em Design Têxtil e do Vestuário da UBI participaram. O curso ainda vai apenas no seu segundo ano de existência, faltam quase três anos para termos os primeiros licenciados, e os frutos começam já a aparecer. Este é um daqueles exemplos de sucesso de como se pode potenciar as sinergias entre uma universidade e a indústria tradicional da área da respectiva região. Houve uma feliz combinação de esforços. A Universidade conseguiu uma nova área no domínio das Artes e, simultaneamente, reviver o curso de Engenharia Têxtil. A indústria regional do têxtil e do vestuário obteve uma nova dimensão e melhor visibilidade. O facto de as televisões nacionais terem noticiado o evento e passado imagens do desfile é benéfico para as entidades envolvidas.
Se não houvesse uma tradição de tecidos na Covilhã, o curso não teria o sucesso que em tão pouco tempo conseguiu. Sem um curso com a dignidade de curso universitário também não haveria a força necessária para lançar e projectar a Festa da Moda na Covilhã. Agora há que continuar e melhorar.
Nestas coisas o fundamental é o ambiente, que, quando bom, torna os bons melhores e os maus menos maus, e, quando mau, estraga os bons e piora os maus. Havendo um ambiente em que se viva e se respire moda mais fácil será que o Design Têxtil e do Vestuário vingue e se afirme como uma das áreas de excelência de uma universidade que arrancou justamente com um curso na área do têxtil.