Por Carmen Martins


"Um espectáculo inquietante num tempo inquietante"

A adaptação de uma obra de Gregory Motton, um jovem dramaturgo britânico, trouxe ao público da cidade neve um "teatro realista que aborda a problemática do homen nos nossos dias ", segunda Gil Nave.
O encenador chega mesmo a referir que " Aquilo que para nós era uma tentativa, um desejo de nos mostrar um dos mais reconhecidos dramaturgos ingleses, acaba por se transformar num espectáculo inquietante num tempo inquietante".
O palco, onde as questôes e preocupações do homen contemporâneo foram abordadas, foi partilhado por actores de duas companhias de teatro. Primeiro em Évora, agora na Covilhã o Cendrev ( Centro Dramático de Évora) e o Teatro das Beiras da Covilhã juntaram-se para trazer ao palco uma busca por uma esperança talvez perdida.
Um deambular de destroços humanos que eram por entre os becos deste mundo onde a esperança, se existe " é um tesouro" como nos diz o encenador.
Luís Nogueira, responsável pela tradução, pinta estas personagens como " o trânsitoaleatório das almas mortas... mutantes, seres alheados do sistema e dos seus sinais."
Complexa ou não esta interpretação da obra do auror britânico, levou ao Teatro- Cine um público que nas palavras de Mário Ramos mostra satisfação;" Gostei muito, achei bastante interessante. O texto era bem redigido."
O público que assistiu, na sua maioria jovem, pede que a cidade, que escolheram para estudar, lhes continue a oferecer a qualidade que tem mostrado até agora. Para Mário " Uma universidade está cheia de jovens, os jovens gostam de cultura e isto é cultura".