Alexandre Silva
NC/Urbi et Orbi


Apesar do esforço de Pepa, o Benfica não conseguiu suplantar a sua filial de Castelo Branco

Após quase 20 anos de ausência de "confrontos", as equipas do Benfica de Lisboa e de Castelo Branco voltaram a encontrar-se. A partida, de carácter amigável, decorreu no sábado, 29 de Dezembro, e levou ao Municipal de Castelo Branco vários milhares de pessoas ansiosas por ver ao vivo alguns dos ídolos que só estão habituados a acompanhar pela televisão. A deslocação ao estádio foi, no entanto, uma desilusão. Apesar de os cartazes espalhados pela região anunciarem a vinda da equipa principal do Benfica, quem compareceu foi a formação B. E, ainda por cima, sem alguns dos principais titulares. Pepa e Bruno Aguiar eram mesmo o "menos desconhecidos" do conjunto orientado por António Veloso.
Quanto ao jogo, propriamente dito, também não ficou a dever nada ao espectáculo. Com uma equipa bastante jovem e irreverente, o Benfica dominou por completo o primeiro quarto de hora. Aos 10 minutos, o conjunto da capital chegava mesmo ao golo. Célio Pereira ganha a bola no meio-campo, isola-se pelo lado direito perante a apatia da defesa albicastrense e desfere um remate cruzado sem hipótese de defesa para Valezim.
O golo teve o condão de despertar a equipa de Quim Manuel que se tornou mais agressiva a defender e mais objectiva a atacar. A reviravolta no marcador começou aos 20 minutos. Depois de excelente entendimento dos atacantes locais, Cristophe é carregado dentro da grande-área benfiquista. Paulo Antunes, árbitro da partida, bem colocado, não hesita e assinala a grande penalidade. Canário, chamado à conversão, não perdoa e restabelece a igualdade no marcador. A partir do empate, os "encarnados" de Castelo Branco puseram o pé no acelerador e partiram para cima dos seus homónimos de Lisboa. Três minutos depois da igualdade, os beirões desferem novo golpe nas aspirações dos lisboetas. Depois de Nuno Vaz já ter deixado o aviso com um remate forte a roçar o poste de Nuno Marques, Joca não esteve com meias medidas e marcou o segundo para os da casa: Canário aproveita da melhor forma uma "fífia" do lateral esquerdo do Benfica, centra para Ricas, que falha o remate, e Joca, vindo de trás, remata para o fundo das malhas.
Antes do intervalo, os albicastrenses ainda tentaram, mas raramente conseguiram aproximar-se da baliza forasteira. A melhor oportunidade pertenceu até ao Benfica B com um cabeceamento do central Nuno Correia à barra da baliza de Valezim.

Muitas substituições e pouco futebol

No intervalo os técnicos aproveitaram para fazer algumas alterações no onze e na estratégia das equipas, mas nem assim o espectáculo melhorou. Depois de alguns minutos em que o jogo se tornou algo violento, com entradas faltosas de ambos os lados, Paulo Antunes conseguiu assentar a partida, mas o bom futebol nunca apareceu no relvado do Municipal. Apesar disso, era o Castelo Branco que dominava e criava as únicas ocasiões de perigo. As inúmeras substituições efectuadas pelos técnicos também não trouxeram nada de novo ao futebol das duas equipas. Muito pelo contrário: apenas serviram para quebrar o ritmo de jogo. A 10 minutos do final do encontro surge o terceiro do Benfica albicastrense. Telmo ganha do lado esquerdo sem oposição da defensiva encarnada e coloca em Lima que, sozinho perante o guardião Paulo Lopes (que entrara a substituir Nuno Marques), amplia, sem dificuldades, para 3-1.
A vitória assenta "que nem uma luva" à equipa de Quim Manuel, por ter sido a mais inconformada e a que mais procurou o triunfo. A formação do Benfica, por seu turno, foi uma decepção para o elevado número de adeptos que acorreram ao Municipal, enchendo-o como há muito não se via. A participação do público foi, aliás, uma das notas mais positivas do encontro entre o "clube da águia" lisboeta e a sua sétima filial no País.

 

 




Novo Reforço

Lima marca na estreia

A estreia do avançado na equipa não poderia ter corrido melhor. Lima entrou ainda na primeira parte, a substituir Crtistophe aos 29 minutos, e acabou por deixar a sua marca na partida: marcou o terceiro golo e fechou a contagem. Apesar de o entendimento com os companheiros ainda não ser o melhor, principalmente nos primeiros minutos, Lima mostrou entrega e aplicação. Aos poucos foi corrigindo os erros e afinando os passes e a pontaria. Tudo aponta para que seja uma boa solução para a frente de ataque da turma de Quim Manuel.