Brincar ao Carnaval
Regresso ao velho Entrudo

 Um pouco por todo o Mundo se comemora hoje o último dia de Carnaval, uma das maiores festas pagãs, sinónimo de folia, excessos e pândega, antes de entrar no período de abstinência da quaresma.
O gozo e a folia mantém-se, bem como o excesso. Mas o que é feito do velho entrudo português? Ainda há espaço para a tradição? Ou o entrudo foi substituído pelo Samba gelado do nosso frio Fevereiro? No Carnaval da Neve 2002 não houve samba e só as crianças brilharam. Pelo País, felizmente, ainda há tradições de Entrudo.


Há tradições em volta do Entrudo que ainda se mantém em certas zonas do País

Carnaval significa "adeus à carne", um adeus que duraria quarenta dias se estes fossem outros tempos. E se antes a Quaresma se cumpria a rigor, quarenta dias de jejum até à Páscoa, também o Carnaval era outro.
Não era o que várias cidades importaram do Brasil e que parece já se ter transformado em imagem de marca de vários carnavais, com carros alegóricos apinhados de sambistas, reis e rainhas meios nus, num clima pouco propício, mas o velho entrudo, escondido em aldeias recônditas com histórias para contar. A crítica social aqui é feita quase directamente e ainda resistem locais onde a brincadeira toca a violência.
Das tradições do Entrudo covilhanense pouco se sabe, a não ser que há 50 anos começou a ser conhecido como "Carnaval da Neve". A cidade e a Serra fazem as delícias de muitos turistas que aproveitam para passar na neve alguns dias de férias, mas nem todos são "foliões". Talvez a pensar neste segmento, as actividades planeadas para este ano pouco se relacionaram com o Carnaval. Uma mostra de gastronomia regional, passeios pela Serra ou Karting, foram algumas das propostas da organização para 2002.
Neste Carnaval da Neve só desfilaram e brincaram as crianças.
Fomos visitar alguns locais onde o Entrudo tradicional de cada zona ainda se cumpre. E como é Carnaval...Ninguém leva a mal.