Beleza e elegância na idade maior


Sex O' Clock

Anita Lane




Mute Records | 2001


Por Sérgio Felizardo

São a fineza e a elegância apanágio de uma maturidade que se conquista na idade adulta? Se não são genericamente, são-no pelo menos durante as 10 canções que marcam o regresso de Anita Lane às edições discográficas em nome próprio.
Oito anos depois de "Dirty Pearl", este "Sex O' Clock" comprova a excelência de uma cantora madura, elegante e sensual, que dá às sonoridades criadas em parceria com Mick Harvey (um dos Bad Seeds de Nick Cave e habitual colaborador de Lane) uma dimensão eminentemente bela. Um disco tocado por uma certa frescura da actual pop francesa, ou não fossem os arranjos de cordas da responsabilidade de um dos nomes maiores do chamado "french touch", Bertrand Burgalat, em que é impossível fugir ao saxofone planante de "A light possession", às palavras cruas e duras envolvidas em doce caramelo instrumental de "The next man that I see", ou à fantástica recriação de "Bella Ciao", canção revolucionária italiana. É Anita Lane em plena idade maior.