Por Marco António Antunes


Eduardo Camilo e o seu orientador António Fidalgo


"O cartaz partidário em Portugal no período de 1974-1975" foi o tema da tese de doutoramento em Ciências da Comunicação defendida pelo licenciado Eduardo José Marcos Camilo. A apresentação decorreu na Reitoria da UBI dia 19 de Março.
O objectivo de Eduardo Camilo é compreender "a singularidade semiológica do cartaz político entre o 25 de Abril de 1974 até ao final do ano de 1975". O estudo empírico tem como base a análise de quase 300 cartazes políticos no período da Revolução. O estudo teórico valoriza a corrente semiológica francesa em que se destacam, entre outros, Ferdinand de Saussure e Roland Barthes.
As matérias de expressão do cartaz são o grafismo, a palavra e a imagem. "O discurso político no cartaz tem três sistemas de significação: enunciado, expressão política e significação ideológica", explica Eduardo Camilo. O júri aprovou a tese por unanimidade.
Maria Augusta Babo, docente da Universidade Nova de Lisboa defende que "seria necessário uma análise semiológica mais alargada. O estudo poderia incidir também sobre a imprensa escrita, rádio e televisão". A docente sublinha: "A tese sofre de uma espécie de intoxicação semiológica". Eduardo Camilo responde: "O cartaz político é o centro do meu objecto de análise. Deveria aprofundar ainda mais a análise semiológica".
António Fidalgo, Catedrático da UBI e orientador desta tese, valoriza o rigor da investigação: "O candidato primeiro recolheu os cartazes e só depois elaborou o enquadramento teórico". Para António Fidalgo "trata-se de um trabalho de peso a avaliar pela quantidade e qualidade da informação".
Mário Raposo, vice-reitor da UBI, presidiu ao júri. Os arguentes foram António Fidalgo e Maria Augusta Babo. Da UBI estiveram também Rui Bertrand, António Delgado e José Manuel Santos. Os restantes membros do júri foram Moisés Lemos Martins e Pablo del Rio, da Universidade de Salamanca.