João Alves
NC/Urbi et Orbi


Dias Rocha diz que agora há condições para alguém assumir a direcção dos Voluntários

Afinal, a Assembleia Geral de sócios da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Belmonte, realizada na passada sexta-feira, 5, pode ter resolvido muita coisa nos destinos da colectividade e aberto caminho para o aparecimento de uma lista que poderá gerir os destinos dos bombeiros nos próximos anos.
Recorde-se que a colectividade está a passar por uma crise financeira e directiva. As contas relativas a 1998, 1999, 2000 e 2001 estavam por definir, mas na sexta-feira acabaram por ser aprovadas. As dos dois primeiros anos por maioria, as de 2000 e 2001 foram mais contestadas, sendo aprovadas com 32 votos a favor, 35 abstenções e um voto contra. O passivo, ao que foi apurado, ascende aos 15 mil contos.
O presidente da direcção, que inclusive chegou a pedir a demissão, João Lucas Paiva, sobre estas contas mais polémicas salienta que os sócios só não as consultaram previamente porque não quiseram. " Há oito dias para verem as contas na secretaria. Ninguém lá apareceu. Penso que não houve essa preocupação dos sócios". O presidente da Associação salienta que "as receitas são inferiores às despesas. Há um suporte das contas, só que não estão de facto elaboradas consoante o orçamento. Se quiserem fazer uma auditoria, poderão analisá-las com fiabilidade e terão todos os documentos de suporte que se encontram na secretaria". No entanto, João Lucas Paiva revela a importância do desfecho de sexta-feira." Para ultrapassar o impasse, era significativo haver contas encerradas para a nova direcção saber o que havia de défice.
Já o presidente da Mesa da Assembleia, Dias Rocha, salienta que "a partir de agora, com a aprovação das contas, haverá melhores condições para que alguém assuma a responsabilidade de vir gerir esta casa, que no fundo é uma empresa e tem que ser gerida como tal". Aliás, esta é uma hipótese que começa a ganhar forma. Ontem, numa nova reunião dos Bombeiros, poderá ter aparecido uma lista, já que um dos sócios da Associação, Manuel Matos, revelava haver essa hipótese, na sexta-feira. "Em princípio sim. Vamos trabalhar nesse sentido" salientava este sócio.
Para o comandante da corporação, António Leitão, "esta casa já há meio ano que não tem leme". Também o presidente da autarquia, Amândio Melo, salienta a importância das contas estarem aprovadas e diz que esta foi "a melhor decisão. Se não se conseguir arranjar uma lista, cabe à assembleia constituir uma comissão administrativa e fazer a gestão corrente. No entanto, tenha esperança que apareça" afirma o autarca.