Manifestação em Castelo Branco
"Dê a mão à RTP"

200 pessoas concentraram-se na terça feira, 14 de Maio, entre as 20 e as 22 horas, junto às instalações da RTP-Regiões, em defesa do serviço público de televisão.

Por Mariana Morais


Com velas acesas e ao som dos Bombos de S. Vicente da Beira, 200 pessoas participaram, em directo, no dia 14 de Maio, no telejornal das 20 horas e no Jornal das 22 horas, gritando "Serviço público sim, tele negócio não".
Os manifestantes responderam ao apelo dos trabalhadores dos centros de emissão da RTP que, por todo o país, organizaram acções contra o encerramento de um dos dois canais públicos de televisão. Sob o lema "Não desligue" e "Dê a mão à RTP", jornalistas, técnicos e outros funcionários apelaram para que se acendesse uma vela para iluminar a consciência nacional.
No comunicado distribuído durante a concentração, os trabalhadores afirmavam-se "maltratados e por fim abandonados por sucessivos governos e alvo de violentas e concertadas campanhas por parte de inconfessados interesses da comunicação social privada". Referindo que, "até 199l, data da eliminação da taxa de televisão pelo governo PSD/Cavaco Silva, a RTP tinha uma situação financeira equilibrada", o comunicado revela que o valor resultante da cobrança da taxa representaria em valores actuais "pelo menos 16 milhões de contos por ano".
Os trabalhadores perguntam " se o ministro Morais Sarmento acabar com um dos canais de serviço público onde é que serão emitidos os espaços das confissões religiosas - programa " Fé dos Homens", as modalidades desportivas amadoras, a Universidade Aberta, e os programas " Regiões" , "Acontece", "Parlamento", "Bombordo", "Planeta Azul", "Horizontes da Memória", "Lugar da História", a informação com linguagem gestual e os grandes debates políticos na Assembleia da República que, neste momento, são emitidos na RTP2 ? ". A concluir, os trabalhadores da RTP afirmam tratar-se " na verdade de uma escolha entre a Europa, onde todos os países têm pelo menos dois canais de serviço público, e a América Latina onde a televisão pública é fraca e o espectro audiovisual está entregue a poderosos privados. Queremos nós pertencer culturalmente à Europa ou à América Latina ?", questionaram.