Bernardino Soares quer que o Governo apoie as empresas têxteis da região
Jornadas parlamentares do PCP decorreram na Covilhã
Comunistas querem Plano de Resolução para valorização e defesa do sector têxtil

O Grupo Parlamentar do PCP esteve reunido na Covilhã e visitou algumas empresas têxteis do distrito. Debater perspectivas e políticas para o sector e para a região com o ministro da Economia é uma das propostas que será apresentada em Assembleia da República.


Por Ana Maria Fonseca


Apresentar um Projecto de Resolução visando a defesa e a valorização do sector têxtil e chamar à Assembleia da República o ministro da Economia para debater perspectivas e políticas para o sector e em especial para a região, são algumas das propostas saídas das Jornadas Parlamentares do PCP, que se realizaram na Covilhã. Subordinadas ao tema "Sistema de Segurança Social e a defesa dos direitos dos trabalhadores" as jornadas contaram com a visita do grupo parlamentar do PCP a três empresas do distrito, a Nova Penteação, a Carveste e a Dialmar. Em todas, diz Bernardino Soares, líder parlamentar do PCP, "encontrámos uma situação em muitos pontos semelhante, problemas com questões de financiamento das empresas do sector. Em termos de produção não há problemas, são até empresas tecnologicamente equipadas, com boa capacidade de produção", salienta. O líder parlamentar diz que o Governo deve intervir face aos problemas de financiamento e às negociações internacionais em torno da liberalização dos mercados "problemas que afectam particularmente o sector têxtil".
"Durão Barroso e o PSD votaram a favor de um projecto de resolução que o PCP apresentou há alguns anos na Assembleia da República" para a criação de um plano integrado de desenvolvimento do distrito de Castelo Branco, especialmente sobre a questão do sector têxtil. "Esperamos agora que, confrontados com esse seu voto e compromisso, o Governo desenvolva as medidas necessárias para que esse investimento no sector têxtil deste distrito seja uma realidade", ressalva Bernardino Soares. O comunista afirma que o sector têxtil é muito importante para Portugal e tem capacidades para ser competitivo. Por isso "não pode ser abandonado pelo Governo nesta situação mais complicada que atravessa. É preciso investir nas empresas e apoia-las para que possam manter e até aumentar se possível os postos de trabalho a que dão resposta", defende.

Urgência na saúde e nas acessibilidades

(da esquerda para a direita) Lino de Carvalho, Bernardino Soares, António Filipe e Armando Morais durante a sessão de encerramento das Jornadas Parlamentares

Ainda no que diz respeito ao distrito, o grupo parlamentar salientou ainda as dificuldades sociais dos idosos do distrito, a falta de recursos humanos e degradação das instalações do Hospital de Castelo Branco, bem como a perspectiva de privatização do Centro Hospitalar da Cova da Beira, aspectos que consideram "inaceitáveis e prejudicam gravemente o direito à saúde dos cidadãos desta região".
Também as acessibilidades foram tema de reflexão. Urgentes são a remodelação e electrificação da linha da Beira Baixa até à Guarda e a modernização da ligação rodoviária do distrito de Castelo Branco a Coimbra e ao Porto, a par da manutenção da circulação sem portagens no IP2 e IP6, ressalvam.
Às resoluções de âmbito regional juntam-se outras de carácter nacional. Uma taxa de 10 por cento a incidir sobre a riqueza produzida por cada empresa "a par da manutenção das contribuições sobre as remunerações dos trabalhadores", a correcção do subfinanciamento à Segurança Social, medidas de combate à evasão e fraude de contribuições para a Segurança Social são alguns dos projectos a apresentar em Assembleia da República. O pagamento das dívidas do Estado à Segurança Social também preocupa os comunistas que propõem que esse pagamento seja efectuado ao longo de trinta prestações anuais transferidas do Orçamento de Estado a partir do primeiro ano "em que se registem excedentes", bem como a actualização do abono de família. Os comunistas pretendem ainda combater a precariedade no emprego, em especial entre os jovens, através da alteração do regime jurídico de contrato a termo e reforçar os direitos de participação dos cidadãos no Parlamento.