Técnicos de informação e consumo de todo o País reuniram-se na Covilhã durante três dias
Técnicos de Informação e Consumo reunidos na Covilhã
"A Covilhã funciona como uma ilha", diz Cristina Portugal, vice-presidente do Instituto do Consumidor

A Câmara da Covilhã é uma das 50 autarquias portuguesas onde funciona um gabinete de apoio ao consumidor. Quase meia centena de técnicos de informação e consumo de todo o País reuniram-se na cidade neve para debater as problemáticas do consumo e do consumidor.


Por Ana Maria Fonseca


Realizou-se na Covilhã durante os dias 5 e 7 de Junho o IX Encontro Nacional de técnicos de informação e consumo. Durante três dias, quase meia centena de participantes debateu temas relacionados com o consumo e com a defesa do consumidor, dando especial enfoque ao papel das autarquias neste âmbito.
Dos 309 municípios existentes no País, apenas em cerca de 50 existe um gabinete de apoio ao consumidor. A autarquia covilhanense é uma destas 50 que conta com um gabinete de apoio.
"O interior está claramente carente deste tipo de estruturas. Há um paradoxo porque sendo a Covilhã uma cidade do interior, funciona um pouco como uma ilha neste âmbito", refere Cristina Portugal, vice-presidente do Instituto do Consumidor. "Há obviamente um papel que tem de ser exercido no sentido de criar e desenvolver maior número destes centros e maior número de estruturas que apoiem o cidadão na sua actuação enquanto consumidor", comenta.
"O comércio e a Indústria versus Defesa do Consumidor", "A educação do consumidor- Contributos para um Trabalho Continuado" e "Informação ao Consumidor, uma Actividade do Futuro: Quem Faz e Como Faz" foram alguns dos temas debatidos durante três dias por técnicos de informação e consumo de todo o País.
Depois do debate ficou bem patente a ideia de que muito falta fazer no que respeita ao apoio ao consumidor, nomeadamente no que respeita ao apoio prestado pelas autarquias. "As autarquias têm necessariamente de ter um papel mais activo na defesa do consumidor. Penso que o caminho será tornarem mais prioritária esta aproximação com os cidadãos e concretamente quando estes agem no âmbito de uma relação de consumo", sublinha a vice-presidente do instituto do consumidor. Embora o número de autarquias que dispõem deste serviço não seja ainda expressivo, Cristina Portugal acredita que, nos próximos anos, "esta ideia irá melhorar, aliás, tem de melhorar porque os próprios cidadãos assim o exigem e o reivindicam. Há uma maior exigência dos cidadãos a par de uma maior consciencialização do poder autárquico", ressalva.