Carla Loureiro
NC/Urbi et Orbi


Com a variante, Peraboa fica com menos automóveis a passar dentro da localidade

A freguesia de Peraboa está mais perto da Covilhã. É que no domingo, 9, foi inaugurada a variante à localidade, uma obra pedida pelos peraboenses há mais de 25 anos. Orçada em 250 mil euros, a infra-estrutura vem encurtar a distância à sede de concelho e facilitar a ligação a outras freguesias. Mas o dia de inaugurações ainda estava no início. Os residentes nas Quintas da Serra foram também contemplados com o arranjo das acessibilidades, e têm agora uma via com quatro quilómetros e meio de extensão. "A Câmara continua a levar a cabo um conjunto de melhoramentos nas freguesias rurais. Todos os anos, antes do Inverno, as pessoas que aqui moram dirigiam-se à autarquia e pediam o arranjo do caminho, o que levava a que se gastassem milhares de contos. Agora o problema está resolvido de vez", declara Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã. Pinto refere ainda que se se quer "que a agricultura seja o pilar do desenvolvimento" há que "colocar à disposição da economia agrícola uma infra-estrutura deste tipo". O edil aproveitou a ocasião para criticar o comportamento dos sucessivos Governos no que diz respeito ao sector, dizendo que "não fazem mais do que ir a Bruxelas pedir subsídios". A questão das acessibilidades em Peraboa levou um grande impulso, já que o autarca deu a conhecer as suas intenções nesta matéria. A realização de um projecto para a construção da Ponte Pedrinha, a lançar no primeiro trimestre de 2003 e a ligação de Peraboa ao nó de acesso à variante da Covilhã, pela Auto-Estrada, são outros dos projectos a levar a cabo. Já o presidente da Junta, José Nascimento, encontrava-se satisfeito com tais inaugurações, mas relembra o muito que há a fazer (ver página 13) e sublinha a falta de saneamento básico na anexa das Castanheiras. Carlos Pinto, confrontado com esta reivindicação, responde que a sua prioridade "são as acessibilidades". "Dentro de 50 anos ainda haverá muito por fazer, porque necessidades resolvidas mostram outras. O importante é que o núcleo principal da população está servida. Não podemos levar o sanemaneto básico a todo o lado", acescenta.
Electrificação da Lomba do Freixo de Cima, reconstrução e vedação da Escola das Castanheiras, bem como da Casa do Povo, colocação de três pontões em vários locais da freguesia, inauguração do Pavilhão Gimnodesportivo, do Jardim de Infância, assinatura de um protocolo com a Fábrica da Igreja, pintura dos cemitérios de Peraboa e Castanheiras e a pavimentação dos arruamentos da freguesia foram outras das obras inauguradas durante o domingo e que constituem um investimento no valor de um milhão e 200 mil euros (perto de 241 mil contos).





A anexa a Peraboa diz que com este traçado, o desenvolvimento "foi por água abaixo"



Castanheira contra traçado da Auto-Estrada



"O desenvolvimento da freguesia e principalmente desta anexa foi por água abaixo. Temos uma auto-estrada à porta e nem sequer a pedimos". A declaração é de Albino Espiríto Santo, da Assembleia de Freguesia de Peraboa, na anexa das Castanheiras. O representante não encara com bons olhos a passagem do traçado do IP2 na povoação, uma vez que Castanheiras de Cima vai ficar separado de Castanheiras de Baixo. "Se eu quiser construir uma casa, tenho que o fazer a 150 metros de distância, mas neste momento a Auto-Estrada passa a 50 metros da minha habitação", acescenta Albino Espírito Santo. Todavia, as críticas do membro da Assembleia de Freguesia não se ficam por aqui. No dia em que foi inaugurada a Casa do Povo, Albino Espírito Santo fica surpreendido pelo facto de não "haver uma única peça de mobiliário" naquela infra-estrutura. "As únicas coisas que aqui existem são alguns computadores que servem para um curso ministrado por uma empresa. De resto, não há mais nada", explica. "Num concelho que se diz de primeira, como é possivel que não existam valências para o proveito das crianças e idosos?", questiona Albino Espírito Santo.