A cultura popular esteve em foco no Paul
Paul
Culturas encontram-se no "Sons da Terra"

Durante uma tarde, o Largo da Praça, na vila do Paul, foi palco, no dia 9, de uma festa popular com uma sonoridade única e empolgante. As raízes culturais de várias regiões do País fundiram-se numa só, num encontro que ganha cada vez mais adeptos.


João Cunha
NC/Urbi et Orbi


Uma imensa moldura humana invadiu, no dia 9, o Largo da Praça, na vila do Paul, para assistir e participar activamente num genuíno espectáculo musical. A Casa do Povo, em parceria com o Projecto Rumos, chamou a si a responsabilidade de reeditar o II Encontro -"0s Sons da Terra", que já o ano passado obteve um assinalável êxito.
A iniciativa contou com a presença de Galandum Galandaina, Abitureiras de Ribatejo, Grupo de Harmónios de Portalegre, Bombos da Erada e do Ourondo e ainda o Rancho e Bombos da Casa do Povo do Paul. Sem menosprezar o valor de cada um dos participantes, o Galandum Galandaina destacou-se pela sua particular sonoridade, resultante de um trabalho desenvolvido em prol da tradição, música , dialecto e cultura do nordeste transmontano.
Depois de serem recebidos, pelas 16 horas, na Casa Típica, os grupos desfilaram pelas ruas até ao Largo da Praça. Já o sol começava a declinar quando os protagonistas do dia começaram as suas actuações. Um momento, de certo aguardado com expectativa face à diversidade e qualidade dos grupos em presença. Cada grupo teve direito a uma curta intervenção para, no final de todas actuações, acontecer o apogeu, com o simultâneo dos grupos de bombos, muito bem acompanhados pelos restantes participantes, dando ainda maior brilho à festa popular que nesta altura envolvia todos os presentes na "sala de visitas" da vila.
De facto, a sonoridade produzida por dezenas de bombos, pífaros, adufes, gaita de foles, a tocarem em conjunto, é uma sensação indiscritível e seguramente "contagiante", tal como afiançaram muitos elementos dos grupos e populares que reviveram as emoções do edição transata dos Sons da Terra.
Depois das actuações, já ao cair da noite, o jantar convívio encerrou da melhor maneira com boa disposição e muita musica. E ficou provado que a iniciativa ganha cada vez mais adeptos.
Para a presidente da Casa do Povo de Paul, Leonor Narciso, " tratou-se de um encontro que foi mais um contributo importante para a afirmação da cultura popular da nossa terra. Este ano trouxemos até ao Paul grupos com outra musicalidade, que vieram enriquecer ainda mais o evento". E acrescenta que "esta iniciativa marcou a diferença na defesa dos nossos valores e referências culturais, provando de forma inequívoca que a Casa do Povo assume por inteiro a condição incontestável de embaixatriz cultural do Paul ".
Quanto ao porta voz do Galandum Galandaina, Paulo Preto, considera que " aquilo que o meu grupo teve oportunidade de presenciar fica aquém das emoções e da sonoridade única que estes instrumentos de percussão conferiram à iniciativa. Para nós, foi uma agradável surpresa, quer pela sua forma genuína e peculiar, quer pela maneira como o publico se envolveu com os grupos participantes".

Deputado enaltece espectáculo

Quem se encontrava "anonimamente" entre o publico, cumprindo uma promessa feita no dia anterior aos dirigentes da Casa do Povo, era o deputado do PSD pelo distrito de Castelo Branco, Fernando Penha. "Quero realçar a participação do rancho folclórico da Casa do Povo do Paul, no Festival de Folclore de Santarém, integrado na Feira Nacional de Agricultura, um dos maiores e melhores que se realizam no nosso País. Tive a oportunidade de acompanhar o grupo beirão neste certame, pelo que tinha obrigatoriamente de fazer esta justa referência". Sobre o Sons da Terra, Penha considera que se trata de um encontro "magistral". "Pesenciei um acontecimento totalmente popular e diferente. A participação dos espectadores deve-se realçar e a minha vinda ao Paul foi um tempo muito bem empregue" sublinha o deputado.
Penha acredita que o apoio do Governo, à cultura popular, terá novos mecanismos, algo reforçado pelo facto do ministro da tutela ser o covilhanense Pedro Roseta." É um beirão nascido na Covilhã, julgo que tem uma sensibilidade muito grande para esta problemática" afirma Fernando Penha.