Rui Delgado
NC/Urbi et Orbi


Hermínio Real prepara-se para deixar o Desportivo Teixosense após uma gestão de seis anos e uma passagem pela III Divisão

Interrompida a 22 de Junho por falta de apresentação e aprovação das contas do mandato de 2000/2001, a Assembleia Geral de sócios do Grupo Desportivo Teixosense (GDT), foi retomada no sábado, 6 de Julho. Mas se a questão das contas ficou resolvida, o mesmo não se pode dizer do processo eleitoral. É que Hermínio Real, presidente do clube durante os últimos seis anos, já anunciou a sua saída e, até agora, ainda não apareceu nenhuma lista para tomar as rédeas do Teixosense.
Prestes a comemorar 51 anos de idade, com cerca de mil e 300 associados, um dos melhores palmarés da Beira Baixa e já com duas presenças na III Divisão, o Teixosense vê, assim, o seu futuro mais imediato "banhado" num mar de grandes interrogações. Hermínio Real, ainda presidente da colectividade mostra-se preocupado com o actual vazio directivo. Diz ter desistido de constituir uma lista, sem ele, para gerir os destinos do GDT porque foi informado da existência de outras duas candidaturas. A mesma postura teve João Fortuna, actual vice-presidente, e outros da mesma direcção.
A "luz ao fundo do túnel" surge, no entanto, com uma proposta de Carlos Mendes, presidente da Junta de Freguesia e sócio do clube. O autarca propõe a elaboração de uma equipa de sócios que ficam incumbidos de tentar constituir uma lista para uma futura Comissão Administrativa ou Direcção. Os nomeados foram Jaime Madaleno e Francisco Andrade Dias (que recusou) da actual direcção, António Cristóvão, António Casteleiro, Pedro Chasqueira, Francisco Paula (sócio nº 1), José Dias, e António Sousa (recusou), com a colaboração de Carlos Mendes.
Depois de uma discussão acesa a actual Direcção acedeu ficar à frente do clube por mais 15 dias. Entretanto, amanhã, sábado, 13, a lista com os futuros corpos sociais do clube deverá ser apresentada à Assembleia Geral, e posta à votação no domingo, 21, dia em que também tomará posse.

Saúde financeira

Quanto às contas do clube, o saldo revela alguma segurança e estabilidade. O relatório apresentado pelo tesoureiro do clube, Didier da Fonseca revela uma acumulação de dívidas no valor de quatro mil e 900 euros e um passivo de três mil e 700. No entanto, ressalva, nestas contas não está inserido uma oferta em publicidade de 250 euros, nem uma grande percentagem da quotização por pagar, e o recente subsídio da Câmara Municipal da Covilhã, que ultrapassa os cinco mil euros. Contas feitas, o saldo acaba por ser positivo. Depois de analisadas e favoravelmente referenciadas pelos elementos do Conselho Fiscal, as contas foram aprovadas com 56 seis votos favoráveis e 11 abstenções.

Equipa desfalcada

Os responsáveis do GDT esperam agora que com a clarificação das contas os associados do clube não tenham receio em formar uma lista para os corpos sociais, e estão confiantes numa boa campanha da equipa no Distrital de Séniores, apesar das baixas de vulto, quer no plantel, quer na equipa técnica.
Após as saídas anunciadas de Tó Real e Hélder Cruz para a Desportiva da Estação e de David Nogueira para o Sertanense, tudo indica que também Paulo Serra, adjunto de Real nas últimas temporadas, está de saída dos verde-negros para treinar o União Desportiva de Caria.