Os formadores transmitem a sua experiência nesta área
Aprender a tecer e a fiar
Uma arte antiga ensinada aos mais novos

Aprender a tecer e a fiar é o objectivo da acção desenvolvida na UBI no âmbito do programa "Ocupação Científica de Jovens nas férias". Os formadores ensinam tudo o que sabem e tentam despertar o interesse dos alunos para o sector têxtil.


Por Catarina Rodrigues


A "Arte de tecer e fiar" é o nome de uma iniciativa desenvolvida na UBI na área dos têxteis. Uma acção de formação que se realiza pelo segundo ano consecutivo e que se destina a jovens do ensino secundário. Três alunos que terminaram o 10º ano participam na primeira fase da formação que teve início a 15 de Julho e termina dia 31. Na primeira quinzena de Setembro será dada a oportunidade a mais três jovens.
Raul Peixeiro e João Lázaro são os dois formadores encarregados de ministrar a acção. Os dois técnicos de debuxo ensinam a sua arte e mostram tudo o que sabem. No atelier onde são dadas as aulas essencialmente práticas têm ao seu dispor dois teares artesanais e outro material necessário. Os jovens envolvidos aprendem a tecer e a fiar, bem como os princípios do debuxo, os pontos base e o entreleçamento dos fios. Simultaneamente ganham algum dinheiro em tempo de férias. Recebem cinco euros por dia ao longo de uma quinzena e têm um horário a cumprir. Diogo Ribeiro é um dos três aprendizes da formação e confessa que esta é "uma oportunidade de juntar o útil ao agradável", já que ganha uma quantia simbólica ao mesmo tempo que aprende algo novo.
Participar neste programa é importante para a UBI. Helena Correia, técnica superior de arquivo no Centro de Documentação salienta que "esta é uma forma de dinamizar o Museu de Lanifícios". Segundo João Lázaro a "Arte de tecer e fiar" pode servir de "incentivo para os alunos optarem por frequentar a UBI, nomeadamente os cursos têxteis".
Numa altura em que o sector dos lanifícios atravessa momentos difíceis estas iniciativas revestem-se de uma importância acrescida. Apesar do trabalho que se desenvolve nesta acção realizada na UBI ser artesanal, permite aos alunos reter as bases do trabalho que futuramente podem desenvolver em empresas.
Para além da "Arte de tecer e fiar" vão ainda ter lugar mais duas formações na UBI. A "Iniciação ao trabalho museológico" e a "Iniciação ao tratamento e inventariação do espólio têxtil de René Ferdinand Delimbeuf" são acções destinadas a um aluno cada e vão decorrer no mês de Agosto.
A iniciativa insere-se no programa "Ocupação Científica de Jovens nas férias" e partiu do antigo Ministério da Ciência e da Tecnologia. Existe desde 1999 e teve seguimento com o actual Ministério da Ciência e do Ensino Superior.