Publicado em 1972, Tereza Batista Cansada de Guerra apresenta aos leitores mais uma
personagem fascinante criada por Jorge Amado. Uma mulher cuja personalidade indomável e
muitas vezes imprevisível choca contra as convenções e se rebela contra o destino que lhe
tentam impor. Tereza Batista viveu, desde a infância pobre, privada da liberdade, com a
crueldade de não ter controle sobre a sua própria vida. Fortalecida pela consciência do seu
valor como mulher, usa o seu poder de sedução e a sua sensualidade como forma de marcar a
sua presença na sociedade, de afirmar a sua força, de dar resposta ao mundo que a oprime.

Tereza vive num ambiente quase sempre áspero e hostil. Um mundo de sofrimento, miséria e
violência que conhece desde muito cedo, primeiro, com a orfandade, depois, quando é vendida
pelo tio, ainda menina. Sob o açoite do seu dono, ela vai experimentar, à flor da pele o sentido
da palavra "servidão". Um dia mata o seu algoz. Vai presa, passa por um convento, cai num
bordel. Em Aracaju, apaixona-se por Gereba, um marinheiro baiano. Mas ele é casado e volta
para a sua mulher e para a sua terra. Desiludida, Tereza recolhe-se para o interior de Sergipe,
onde vê os servidores do posto médico desertar, diante do avanço da varíola. Reúne então as
rameiras da vila e dá assistência aos doentes. Missão cumprida, ruma para a Cidade da Bahia,
nas pegadas de Gereba. Este, já viúvo, embarcara num navio de carga estrangeiro. Tereza
torna-se dançarina num cabaré em Salvador. Daí até ao reencontro, Tereza luta e sofre.

Um livro forte nas emoções, bem ao estilo de Jorge Amado que nos apresenta a força de uma
mulher contra todas as adversidades.