Por Catarina Rodrigues


No início do ano lectivo, a JCP lembra os problemas existentes no ensino

O corte orçamental de cerca de 200 milhões de euros no financiamento de Universidades e Politécnicos é o confirmar das piores expectativas dos jovens comunistas. Esta medida vem, segundo Pedro Ramos, "colocar sérios problemas ao normal funcionamento das instituições". Uma política com consequências na Universidade da Beira Interior onde os cortes orçamentais rondam os 650 mil euros. Os comunistas alertam para o facto de serem os estudantes os principais lesados. Para além de serem privados de uma educação de qualidade vão ainda ver aumentadas as taxas, propinas e serviços de acção social como cantinas, bares e residências. Outras preocupações referem-se à incerteza do pagamento ou não da bolsa de Setembro aos alunos da UBI e à contratação de docentes em número condicionado.
Na conferência de imprensa realizada na passada terça feira, 24, a JCP do distrito deixou ainda o alerta para o aumento de licenciados no desemprego. Os comunistas defendem um novo sistema de Ensino Superior Público e consideram que as vagas devem abrir em função das verdadeiras necessidades do País.
Pedro Ramos criticou o novo Código do Trabalho proposto pelo governo. Para o dirigente sindical "a nova lei vem aumentar a precariedade no emprego, não contribui em nada para a resolução dos problemas existentes e só vem prejudicar os jovens em início de carreira".
A JCP também manifestou algumas preocupações em relação ao Ensino Secundário. A juventude comunista defende a disciplina de Educação Sexual nas escolas e está contra a obrigatoriedade da disciplina de Educação Moral e Religiosa. O projecto de lei sobre o estatuto do aluno não superior apresentado pelo Governo também não agrada aos comunistas.
Estas e outras questões vão ser abordadas no Congresso Nacional da JCP que se realizará em Setúbal, nos dias 2 e 3 de Novembro, sob o lema "Transformar é Possível".