Por Ana Maria Fonseca


Hitchcock marca forte presença na IV edição do Imago

Cerca de 200 pessoas assistiram ontem à sessão de abertura do Imago, onde a orquestra de cordas da EPABI tocou partituras originais do filme de Hitchcock, Phsyco.
A quarta edição do Festival de Cinema e Vídeo Jovem, só no primeiro dia contava já com cerca de dez vezes mais bilhetes vendidos do que em 2001.
Pedro Ramos, director do festival, mostrou-se satisfeito com a receptividade do público logo no primeiro dia, referindo que as cerca de 200 pessoas que ontem assistiram à sessão de abertura eram na sua maioria covilhanenses, uma vez que dos 150 convidados nacionais e estrangeiros que participam no Festival este ano, apenas quatro ou cinco estiveram presentes.
Luís Cipriano dirigiu a orquestra de cordas da EPABI que musicou a abertura do Imago 2002, numa iniciativa que já tem sido habitual. "O Cineclube tem sempre colaborado com a EPABI nesta ligação entre a música clássica e o cinema. Este ano fizemos esta pequena brincadeira à volta do Hitchcock, trazendo as partituras originais dos Estados Unidos, e com um passeio entre alguns "sets" do filme pelo próprio Alfred Hitshcock, para abrir aquele que é um dos programas importantes do festival", refere Pedro Ramos, director do Imago.
Para o maestro esta foi "uma experiência diferente porque era uma linguagem completamente nova. A obra, independentemente de ter uma dificuldade técnica de execução, a nível de composição tem uma qualidade muito elevada. Por isso, Luís Cipriano, como responsável pela orquestra decidiu incluir a esta obra no repertório da orquestra de cordas para este ano.
Durante toda a semana são muitas as actividades a decorrer no espaço do Teatro-Cine e também no Cybercentro da Covilhã, onde decorrem os workshops.
Ao longo de todos os dias do festival decorre a competição internacional onde serão exibidas 40 das 500 curtas metragens que concorreram ao Imago.
Depois os programas paralelos, entre os quais o "All About Hitchcock" e duas retrospectivas, uma dedicada ao Guy Maddin e a outra a Lukas Moodysoon, que apresenta um filme em quase estreia mundial, uma vez que o Imago é o terceiro festival do mundo onde vai ser exibido, depois de Veneza e Toronto.
Para a sessão de encerramento está reservado o "Nosferatu" de Murnau, outro filme concerto, desta vez musicado ao vivo pelos Clã.
À quarta edição o crescimento do festival está à vista. Para Pedro Ramos, isso só é possível "com um trabalho de base, sustentado, anual e sempre com o mesmo critério e rigor em termos de programação, de qualidade e melhorando, para que estes públicos se criem e aumentem cada vez mais".
"Neste momento já vendemos seguramente dez vezes mais bilhetes gerais do que no ano passado", adianta. Em termos de pedidos de pessoal do meio para virem ao Festival são cerca de mais 50 do que no ano passado. "Estamos a falar de cerca de 150 profissionais acreditados".
O director do Imago acredita que esta quarta edição terá uma "dinâmica muito interessante" a avaliar pelo público do primeiro dia, "um público da Covilhã. Ainda não temos cá praticamente ninguém de fora. Se todo o público que aqui está é da Covilhã, se a eles somarmos os 150 participantes que ainda vão chegar, penso que vamos ter aqui uma dinâmica de festival extremamente interessante", conclui.