Vasco Lino reúne condições para retomar presidência
Autores da Providência Cautelar não foram afastados

Os dois administradores que apresentaram a Providência Cautelar mantêm-se nas funções. Por outro lado, Vasco Lino, pode retomar o cargo de presidente do Conselho de Administração. A disponibilidade financeira da banca é uma condição.

Carla Loureiro
NC/Urbi et Orbi


"Ainda não tinha condições para aceitar essa recondução". Eis o motivo porque a Assembleia de Accionistas da Nova Penteação, levada a cabo no sábado, 26, foi adiada para a passada quinta feira, 31. Vasco Lino, que renunciou ao cargo de presidente do Conselho de Administração, foi convidado pelos restantes administradores para voltar à liderança da empresa, mas "porque era necessário reunir um conjunto de condições", a decisão só foi tomada ontem. Em causa, segundo Vasco Lino, está a situação actual da unidade fabril, nomeadamente a retracção da banca no que concerne ao capital de que aquela precisa. A ausência de "meios financeiros" para manter a empresa a trabalhar foi uma das principais condições que Lino ainda não tinha reunido no sábado. Aquele responsável adianta, no entanto, que existe da parte da banca comercial, designadamente do BCP e BPI "abertura para fazer adiantamentos à empresa, mediante a facturação já feita". Neste âmbito, Vasco Lino tem encetado contactos com a PME Capital, onde ficou a saber da disponibilidade da sociedade de capital de risco vir a integrar o conjunto de accionistas da Nova Penteação. Ainda no seguimento destes contactos, o ex-presidente do Conselho de Administração teve uma reunião, na sexta feira, 25, com a secretária de Estado Adjunta do Comércio e Indústria, Rosário Ventura. "O objectivo deste encontro era dar-lhe a conhecer o ponto da situação da empresa", informa Vasco Lino. E continua: "Tem acompanhado muito de perto o que se passa na Nova Penteação e sugeriu que se procurasse mecanismos no Plano de Competitividade e Crescimento da Economia". São entre dois milhões e dois milhões e meio de euros que a unidade fabril necessita para reforçar o capital próprio.

Artur Rosa Lã e Fernando Aguilar mantidos no cargo

A Assembleia de Accionistas de sábado deliberou manter nas mesmas funções Fernando Aguilar e Artur Rosa Lã, os dois administradores que, em Setembro, interpuseram a providência cautelar. Um processo que, de acordo com Vasco Lino, "só terá decisões na primeira ou segunda semana" deste mês. E ainda que não acredite que o Tribunal dê deferimento a essa providência, aquele responsável afirma que só depois de uma decisão é que a empresa pode retomar a normalidade.
Quanto aos trabalhadores, é certo que, durante meio ano, 150 operários vão ser dispensados. Isto porque, justifica Lino, "existe, neste momento, um desajustamento entre o número de trabalhadores e a facturação com que a empresa está".