Segundo Carlos Medeiros, coordenador do estudo, a Beira Baixa tem potencialidades que não aproveita
NERCAB apresenta estudo
Turismo alternativo é aposta de futuro

Estudar as potencialidades turísticas da Beira Baixa foi o objectivo do projecto apresentado pelo NERCAB. As principais conclusões apontam para um turismo alternativo e para a criação de uma estrutura que promova os produtos regionais.


Laura Sequeira
NC/Urbi et Orbi


"A Beira Baixa tem potencialidades para ser um destino turístico e não é", explica Carlos Medeiros, coordenador do estudo "Caracterização do potencial turístico do distrito de Castelo Branco" apresentado na passada quinta-feira, 7, em Castelo Branco. O NERCAB, Núcleo Empresarial da Região de Castelo Branco, foi o grupo promotor do projecto que pretende caracterizar as potencialidades turísticas do distrito.
Carlos Medeiros garante que "a dimensão dos núcleos, a estrutura demográfica dos próprios concelhos, a fragilidade que eles têm, não permite um turismo de massas, mas sim um turismo alternativo". O coordenador do projecto considera que o que existe no distrito "são diversidades únicas que em si não são suficientemente fortes para se ter um turismo de massas, mas que em conjunto são importantes como destinos alternativos".
Na apresentação do estudo estiveram presentes autarcas e empresários da região que estudaram a hipótese da criação de uma estrutura que serviria para promoção interna e externa dos produtos regionais. "Para promover a Beira Baixa como destino turístico é preciso que as pessoas, as Câmaras, as empresas o queiram fazer e eu não sei se querem", afirma Carlos Medeiros.
Luís Barreiros, vereador da Câmara Municipal da Covilhã, reconheceu a falta de "uma estrutura que integre os diversos concelhos e que os promova na globalidade". O vereador covilhanense refere ainda que "a promoção será mais forte se for conjunta do que individual".
A Beira Lusa foi apontada como sendo a hipótese para a possível estrutura. Luís Veiga, presidente do NERCAB, esclarece que "a Beira Lusa é uma agência de desenvolvimento que está neste momento parada". A estrutura a ser criada deve funcionar "para promoção turística interna e externamente, com a possibilidade de explorar recursos turísticos nas aldeias históricas, explorar pequenas lojas com produtos regionais, entre outras coisas", diz Luís Veiga.
"Na minha opinião o que está mal é que cada um puxe para seu lado". A afirmação pertence a Maria do Carmo Sequeira, presidente da Câmara de Vila Velha de Rodão. A autarca salienta que só existe a possibilidade promover a região se houver "união". "A convergência de ideias e de propostas que possam ser estendidas ao exterior no sentido de podermos trazer turistas à região, mas com um turismo organizado e com qualidade" deve ser uma das apostas, esclarece Maria do Carmo Sequeira.
A apresentação pública do estudo será no próximo dia 28, na inauguração da FERCAB, Feira das Actividades Económicas da Beira Interior.