António Fidalgo

2003


Começa o ano. Como vai ser? Que nos espera? Será um ano melhor ou pior que o ano de 2002?
Quando fazemos estas perguntas, não obtemos respostas certas, mas apenas prognósticos mais ou menos hipotéticos, mais ou menos prováveis. Quanto ao futuro apenas a incerteza é certa.
Contudo não podemos viver o presente sem olhar o futuro. É que vivemos o presente consoante o que planeamos para o tempo que há-de vir. As nossas acções hoje são determinadas por aquilo que queremos ser, ter e viver amanhã. Tudo na nossa vida ganha o sentido das metas e dos objectivos que ainda não alcançámos, mas que queremos e que esperamos alcançar. É verdade que à frente temos a incerteza, mas dentro dessa incerteza das coisas vindouras temos a certeza dos nossos propósitos.
Quanto maior a incerteza do futuro tanto mais importante é a firmeza de propósitos. A bem do presente. Quem não sabe o que quer, quem não tem esperança, não pode encarar o presente como uma luta, como um tempo de conquista, de caminhada, apenas pode entregar-se ao acaso, à sorte ou ao fado.
Fixar objectivos, fazer planos, delinear estratégias para os alcançar, é fundamental de modo a dar sentido ao presente. O sentido da construção do presente depende do plano que se faz para o futuro. Ninguém poderia iniciar um trabalho agora, lançar os alicerces de uma casa, criar uma empresa, se não na base de um objectivo, da casa que se espera concluir, da expectativa da actividade empresarial.
No início do ano, nada temos do ano que agora começamos. Temos apenas expectativas, planos, sonhos, propósitos. São estes propósitos que importa cultivar, aperfeiçoar, reforçar, para que, assim, possamos determinar o presente e desde já ir enformando o futuro à medida que nos chega.