O jogador mais criativo da equipa serrana, Moisés, esteve em dia não e viria mesmo a sair lesionado


Ficha do Jogo

Campo de Jogos Estádio do Clube Desportivo das Aves
(12-01-2003)



Árbitro: Mário Mendes (Coimbra)
Auxiliares: José Cardinal e Luís Marcelino



Aves- 3
Rui, Neves, Vitor Manuel, Slobodan (83), Rochinha, Quim da Costa (cap.), Paulo Sérgio, Tozé, Delfim (70), Marcos António, Saná (60), Octávio, Raul Meireles, Filipe Anunciação.
Treinador: Carlos Garcia

Sp. Covilhã- 0
Celso, Rui Morais, Edgar, João Carlos, Piguita, Paquito (23), Pinheiro, Jorge Humberto, Nini (35), Trindade (cap.), Moisés, Marco Abreu, André Cunha e Hermes (51).
Treinador: João Cavaleiro


Ao Intervalo:
2-0


Marcadores: Tozé (12), Vitor Manuel (30) e Saná (39).

Disciplina: cartão amarelo a Trindade (10) e Nini (39).

 

Covilhã não evita maior derrota da época
Aves vinga eliminação da Taça

Na jornada que marca o fim da primeira volta, os leões consentem a maior derrota da temporada (3-0). O Covilha chega a meio do campeonato na oitava posição, mas a apenas sete pontos dos lugares de promoção.


NC/Urbi et Orbi


"Hoje não estivemos bem. Foi o primeiro jogo em que não fizemos aquilo a que já habituámos os nossos adeptos". As palavras lapidares são de João Cavaleiro, e o técnico do Covilhã justificava assim, a derrota mais pesada dos "Leões da Serra" na presente temporada, no terreno do Desportivo das Aves. Efectivamente, a turma leonina foi, ao longo de 90 minutos, uma sombra de si mesma e nunca conseguiu contrariar o sistema montado pelo técnico Carlos Garcia. De qualquer modo, a prestação do Covilhã não foi nem melhor, nem muito pior do que as anteriores. Simplesmente, tudo o que podia correr mal, correu mal, e o conjunto da casa acabou por se desforrar do afastamento da Taça de Portugal, precisamente no Santos Pinto.
A formação da casa entrou bem melhor e começou a ameaçar bem cedo. O golo não tardou muito. Decorridos apenas 12 minutos, Tozé coloca a turma nortenha em vantagem: depois de um primeiro remate que embate no poste de Celso, o avense, muito oportuno, surge no coração da área e só tem que empurrar para o primeiro golo da tarde.
O tento madrugador animou as hostes caseiras que começaram a "cair em cima" dos covilhanenses aprioveitando uma visível fragilidade a meio-campo, onde Moisés não chegava para as encomendas. Cavaleiro sente necessidade de fortalecer o ataque, lança em campo Paquito e prescinde de Piguita. O avançado brasileiro coloca-se ao lado de André Cunha e começa por segurar mais um central lá atrás. No entanto, e numa fase em que o Covilhã começa a reagir, é o Aves que se adianta novamente no marcador: Vítor Alves foge à marcação e surge no centro da área para, sem oposição, bater Celso pela segunda vez. Estava decorrida apenas meia-hora e o Covilhã via-se a perder por duas bolas. Sem contemplações Cavaleiro volta a apostar forte e coloca Nini, um médio criativo, no lugar de Jorge Humberto, jogador que fazia a protecção ao corredor direito. E foi mesmo dos pés de Nini que o Covilhã criou a, até então, melhor oportunidade de golo. O médio encontra espaço no flanco direito e cruza para a área onde aparece Moisés, em tarde francamente desinspirada, a cabecear ao lado.

Segunda parte inglória

Com dois golos de vantagem e 45 minutos para jogar, o Desportivo das Aves entrou em campo com o claro objectivo de gerir o resultado. O início do Covilhã, por outro lado, deixava antever uma segunda parte emocionante com o conjunto leonino atrás do prejuizo. Nos minutos iniciais, os forasteiros remeteram mesmo o Aves para o seu reduto, mas nunca conseguiram ameaçar verdadeiramente as malhas à guarda de Rui. Nini e João Carlos tiveram oportunidade para marcar mas, o Covilhã estava mesmo em "dia não". E quem acabou por marcar foi mesmo o colectivo local, através de Sáná, já em tempo de descontos e quando os serranos estavam reduzidos a nove elementos por lesão de Moisés e João Carlos.
A vitória do conjunto avense não sofre qualquer contestação, tal como a arbitragem de Mário Mendes. O juíz não esteve isento de erros, mas manteve o mesmo critério para ambas as equipas e não tem qualquer influência no resultado.
Com esta derrota, os covilhanenses descem até à oitava posição da tabela, numa ronda que marcou o final da primeira volta. Na próxima jornada, domingo, 19, o conjunto leonino recebe a visita do União da Madeira. Desde que, em Agosto de 2002, os clubes se defrontaram pela última vez, na abertura da II Liga, os madeirenses já mudaram de treinador e o covilhanense António Lopes abandonou a presidência da SAD, mas a equipa continua sem vencer fora de casa. Em caso de vitória, os serranos voltam a colocar-se nas posições cimeiras e a espreitar os lugar que dão direito a promoção.