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O sindicato ainda acredita que a Eres possa voltar à actividade

A proposta inicial de venda da totalidade dos equipamentos da Eres não foi satisfeita, uma vez que não houve propostas no sentido de adquirir toda a maquinaria e instalações por cinco milhões de euros. A proposta pretendia que todos os equipamentos fossem vendidos com a condição de ser dada continuidade à actividade industrial por um período de cinco anos. O leilão do património da empresa, que encerrou no ano passado, realizou-se na quinta feira, 23 de Janeiro. Perante a falta de propostas, a fábrica foi leiloada por lotes. Os 500 trabalhadores que viram os seus empregos desaparecerem ficam, assim, sem esperança de ver a empresa laborar de novo. Luís Garra, coordenador da União de Sindicatos de Castelo Branco, garante que esta situação poderia ter sido evitada "se, antes da falência, o Governo e o Sistema de Incentivos à Revitalização e Modernização Empresarial tivessem encontrado uma solução para a empresa". A venda dos lotes da fábrica rendeu 60 mil 330 euros. Com licitações abaixo dos valores base, ficaram por negociar o apartamento da administração, a totalidade da maquinaria e a nave industial. A Comissão de Credores vai analisar as propostas apresentadas para cada um destes elementos até 11 de Fevereiro.
A "Maquicampos", empresa de importação e montagem de fábricas dos sectores do vestuário e calçado, apresentou uma proposta de 251 mil euros pela maquinaria. A empresa pretende colocar o equipamento noutras firmas mais pequenas". O valor proposto era de um milhão de euros, pelo que o negócio não se realizou. A proposta foi feita em parceira com a empresa imobiliária "De Gaia S. A.", que avançou com um milhão de euros pela nave industrial, sendo que a base de licitação proposta é de seis milhões de euros. Caso a negociação não se consolide, a fábrica será dividida em pequenos armazéns para venda posterior. Luís Garra afirma que "não saio daqui satisfeito porque a empresa não foi comprada para se retomar a actividade". Dada a situação, o leilão não vai cobrir todo o passivo da empresa que ronda os ste milhões e meio de euros.

Sindicato dos Têxteis mantém a esperança

Entretanto, o Sindicato dos Têxteis da Beira Baixa (STBB) garante que a luta pelo processo da Eres ainda não acabou. Segundo o Sindicato, o cenário apresentado após o leilão da empresa "não era de todo imprevisível". Na opinião do STBB, "algumas pessoas conseguiram impôr que as trabalhadoras tivessem optado por, em vez de suspender, tivessem optado por rescindir os seus contratos, desvinculando-se definitivamente da empresa e cortando as possibilidades de luta constante pela reabertura da empresa".
O Sindicato acredita que o património principal da empresa, composto pelo edifício e todas as máquinas, "ainda está disponível para ser adquirido com o objectivo de ser reactivada a Eres e evitar a especulação imobiliária que está em curso acelerado". Segundo o STBB, "ainda é tempo de recuperar o tempo perdido e ainda é tempo de o poder político e as forças vivas do Fundão e da região se juntarem os esforços que o Sindicato tem feito".