Centenas de pessoas manifestaram-se contra a guerra no Iraque
Covilhã manifesta-se contra a guerra
Todos a favor da Paz

A praça do município, em frente à Câmara Municipal da Covilhã, foi no passado dia 15, palco de uma manifestação sob o lema: "Juntos Podemos Impedir a Guerra". Na rua estiveram centenas de pessoas para protestar contra um eventual ataque ao Iraque por parte dos Estados Unidos da América.


Por Carlos Borges


Um dia após a apresentação de mais um relatório de inspecção da ONU (Organização das Nações Unidas) no Conselho de Segurança, em Nova Iorque, através do chefe de equipas de inspectores, Hans Blix, a cidade da Covilhã acolheu uma acção de protesto contra uma guerra iminente que os Estados Unidos pretendem desencadear no Iraque. Centenas de pessoas dos mais variados quadrantes políticos e confissões religiosas, concentraram-se em frente à Câmara Municipal da Covilhã para dizer que: "a guerra não é, nem nunca foi solução para os problemas no mundo". Segundo a Moção apresentada pela AAUBI (Associação Académica da Universidade da Beira Interior), "esta iniciativa não pretende manifestar apoio a qualquer regime político, nem a qualquer governo, mas sim condenar a guerra e apelar à paz". Os estudantes continuam, dizendo que, "é uma solidariedade para com os povos que a haver guerra, serão sacrificados, sofrendo ainda mais do que hoje sofrem com as sanções impostas aos seus países".
Para Luís Garra da União dos Sindicatos de Castelo Branco, a assinatura da missiva dos G-8 por parte do primeiro ministro português, Durão Barroso, "só serviu para uma divisão da Europa, já que não há uma posição definida e consensual sobre uma oposição às intenções hegemónica e imperiais dos Estados Unidos da América". Garra adianta que, "Portugal não ganha nada com a guerra e tem muito a perder. Somos uma economia débil e os efeitos colaterais de uma guerra atingirão inevitavelmente o nosso país", acrescenta. Condena as posições de Durão Barroso ao afirmar que "esta é uma atitude de subserviência perante o imperialismo norte americano e antipatriótico, porque põe em causa o interesse nacional".
"Esta guerra não é justa porque não pode trocar sangue por petróleo", afirma Mona Arif, uma iraquiana , docente de Química na Universidade da Beira Interior. Sublinha que esta guerra dos EUA, "não tem nada a ver com a existência das armas de destruição maciça, mas única e exclusivamente com o petróleo iraquiano". Instada a pronunciar-se sobre o último relatório do Conselho de Segurança das Nações Unidas, disse que acredita "numa solução pacífica que passe pela via diplomática", embora tenha pouca esperança que as últimas informações recolhidas no terreno e apresentadas pelo inspector Blix venham mudar as posições radicais da administração americana.
"Estas manifestações não são em defesa do regime de Saddam Hussein, muito pelo contrário, é em defesa do povo iraquiano que tem sido vítima de massacres pelos EUA, desde 1991", adverte Jorge Fael um covilhanense presente no evento. Exorta a Comunidade Internacional e a ONU para que inspeccionem os arsenais químicos, biológicos e nucleares dos Estados Unidos da América.
Foi enviada ontem, 17 de Fevereiro, "aos vários órgãos da soberania portuguesa, às Nações Unidas e à embaixada dos Estados Unidos da América em Lisboa", a Moção Contra a Guerra, que teve apoio unânime de todos os pacifistas presentes, garante Ana Paula Pires dos Sindicatos dos Professores da Região Centro.