A 8 de Março recordam-se as desigualdades existentes entre homens e mulheres
Um sábado diferente
Dia Internacional da Mulher

"Comemorar o 8 de Março é reafirmar o nosso direito à igualdade, a nossa luta diária contra a discriminação, pela melhoria das condições de vida e de trabalho". Foi esta a ideia que lançou o debate evocativo do Dia Internacional da Mulher.


Por Mafalda Silva


Realizou-se no passado dia 7 de Março, no Teatro das Beiras, uma sessão evocativa do Dia Internacional da Mulher, organizada pelos sindicatos de Castelo Branco. A sessão contou com a presença de Catarina Tomás, socióloga e professora na UBI, e Graciete Cruz, membro da Comissão da CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses).
Catarina Tomás começou por defender a necessidade de se relembrar "aos jovens de hoje o significado deste dia." Tudo começou em1857 na cidade de Nova Iorque, num dia em que operárias têxteis desencadearam a primeira greve de mulheres pela redução dos horários de trabalho e por melhores condições de vida. Catarina Tomás explicou ainda que "existe um Dia Internacional da Mulher e não existe um Dia Internacional do Homem, porque a igualdade de direitos ainda não foi atingida e a mulher ainda não é um cidadão pleno de direitos".
A Revolução Industrial foi o primeiro acontecimento histórico em que as mulheres começaram a ganhar alguma importância em termos sociais e económicos, permitindo-lhes passar do papel limitado de mãe e dona de casa, para trabalhadora. "É contra a diferença de sexos em que a mulher é sempre considerada mais frágil, menos capacitada, que se tem vindo a lutar", acrescenta Catarina Tomás.
Graciete Cruz também defendeu a ideia de que a mulher teve ao longo dos séculos um papel secundário dizendo que, "se há uma maior actividade das mulheres, deveriam existir melhores condições de trabalho e mecanismos para que essas descriminações e desigualdades fossem sendo eliminadas". As mulheres portuguesas apresentam uma das mais elevadas taxas de actividade da União Europeia, no entanto são as mais marginalizadas.
As mulheres constituem 66,9 por cento do total dos trabalhadores que ganham o salário mínimo nacional, o que significa que continuam a ser canalizadas para as profissões pior remuneradas e de menor qualificação. Contudo, o número de mulheres que ingressam no Ensino Superior tem vindo a crescer bastante nos últimos anos o que deixa adivinhar um futuro melhor.